Nesta última sexta-feira, a Universidade Federal de Santa Maria viu a sua democracia subjugada durante reunião plenária de seu Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão, CEPE, explicitando o autoritarismo da gestão Felipe e Dalvan. No dia 18 de junho, do ano em que completa sua quinta década, a UFSM teve sua história manchada pela condução dada por seus quadros dirigentes.
Como amplamente divulgado pela imprensa local, a Reitoria e o Diretório Central de Estudantes elaboraram propostas diferentes de alteração da metodologia de seleção aos cursos da UFSM. O que é mais diverso ainda são os rumos que estas propostas tomaram ao longo do sinuoso percurso que existe entre o Protocolo Geral e o Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão, foro onde devem ser discutidas quaisquer propostas. Enquanto a proposta dos Estudantes mergulhou em uma zona cinza e nebulosa, entre o Gabinete do Reitor e a PROGRAD, a proposta da reitoria entrou no Protocolo Geral desenhando uma trajetória retilínea em direção as comissões que compõem o CEPE.
Nestas comissões, após uma primeira análise, a proposta institucional foi duramente criticada por conta de sua prolixa e confusa redação, além da ausência de justificativas para sua adoção e o aval do procurador jurídico quanto à legalidade da mesma. Encaminhada para adequação na PROGRAD, a proposta da administração central retornou rapidamente para análise das comissões que registraram em Ata de Reunião a deliberação de não emitir parecer sobre a proposta da Reitoria sem analisar conjuntamente a proposta do DCE.
Após esta corajosa deliberação das comissões, a proposta encaminhada pelos Estudantes é impedida de seguir seu destino em direção ao CEPE e é devolvida aos Estudantes com um parecer sobre a mesma emitido arbitrariamente pelo Reitor da UFSM.
O pior estaria ainda por vir.
Temendo a possibilidade de que a proposta dos Estudantes seja aprovada pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão, o Reitor, resolve aprovar sua proposta a qualquer custo. Através de uma manobra regimental, o Reitor induz as comissões a acreditar que existe apenas uma proposta em tramitação. Desta forma, as comissões são forçadas a elaborarem em quinze minutos um novo parecer favorável sobre a proposta da Reitoria. Feito isso, o processo da administração central poderia finalmente chegar até o destino tão almejado por seus autores: uma atropelada aprovação durante votação na plenária do CEPE.
Os representantes estudantis, fazendo uso de suas atribuições, pedem vistas ao processo da reitoria, imaginando com isso conseguir mais quinze dias para a discussão de uma ação que altera a vida de 80000 pessoas, segundo estimativa da própria COPERVES.
Então, o magnífico Reitor, com a intenção de prejudicar o trabalho dos Estudantes no parecer de vistas, faz uso do poder político de seu cargo e consegue extrair da plenária o agendamento da próxima reunião para a próxima terça-feira. Com isso, os Estudantes precisam elaborar seu parecer de vistas com prazo curtíssimo de 48h úteis.
O Diretório Central de Estudantes repudia a forma acintosa e autoritária com que a Reitoria vem conduzindo a tentativa de aprovar sua proposta de vestibular. Repudia a forma desrespeitosa e sem precedentes com que a administração do Senhor Felipe fere a autonomia e independência dos Conselhos Superiores da instituição, e cerceia a democracia que tais instâncias deveriam balizar.
Reafirmamos que nossas ações são pautadas nos bons interesses da instituição e da educação brasileira. Seguiremos em luta constante e diligente pelo projeto de uma universidade pública, democrática e popular.