terça-feira, 15 de setembro de 2015

Por uma universidade pública, gratuita e de qualidade: volta às aulas com muita luta feita Pelas Nossas Mãos!


Contra os cortes do governo federal, o segundo semestre voltou cheio de luta das e dos estudantes da UFSM e do Brasil
O início do segundo semestre de 2015 foi marcado por diversas atividades realizadas pelo DCE da UFSM ou às quais nos somamos, fosse para demonstrar nosso apoio, fosse para ocupar espaços e reivindicar nossos direitos enquanto estudantes.

Começamos o semestre reunidos no campus de Frederico Westphalen no Seminário de Planejamento de Gestão do DCE. Nele, estiveram presentes membros de todas as coordenações da nossa entidade e diretores estudantes da UFSM que também atuam na União Estadual dos Estudantes Livre (UEE-Livre) e na União Nacional dos Estudantes (UNE). O objetivo deste encontro foi formular a política, as estratégias e as ações do DCE durante o período da gestão Pelas Nossas Mãos, que, desde o seu início, tem exigido de nós muita luta.

 

  O dia 11 de agosto, dia do estudante, foi para nós bastante movimentado. Mais do que dia de comemorar o que quer que seja, esta foi – e é – uma data de luta por melhorias na educação brasileira, especialmente num momento em que a política de ajuste fiscal atingiu em cheio a educação pública, provocando cortes orçamentários de R$9,4 bilhões e impedindo diversas melhorias de infraestrutura, além da diminuição de concursos públicos para os Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) e Docentes, necessários para a expansão das universidades.

Em vista disso e na defesa de uma universidade pública, gratuita e de qualidade, o DCE, a Associação dos Servidores da UFSM (ASSUFSM), a Seção Sindical dos Docentes da UFSM (SEDUFSM) e a Associação de Pós-Graduandos (APG) realizaram um ato unificado no arco da UFSM. A atividade teve por objetivo recepcionar os calouros, além de dialogar com as e os estudantes sobre a situação da educação no país e a gravidade dos cortes de verba que nos atingem. Nesse dia, também aconteceu uma aula pública da UNE e da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) na praça Saldanha Marinho, em Santa Maria. Em Frederico Westphalen, ocorreu ainda uma roda de conversa sobre os cortes na educação, durante a recepção dos calouros, na qual esteve presente o estudante de Engenharia Florestal do CESNORS e membro da diretoria da UNE, Regis Piovesan.

No dia 12 de agosto, na cidade de Santa Maria, deu-se a Conferência Municipal de Juventude, preparatória para a 3ª Conferência Nacional de Juventude que acontece em Brasília (DF), de 18 a 20 de dezembro deste ano. O evento municipal teve como tema “As várias formas de mudar o Brasil” e os eixos temáticos discutiram o direito à diversidade e a igualdade; direito à saúde e meio ambiente; e o direito à segurança pública e ao acesso à Justiça, cultura, esporte, território e mobilidade. O DCE da UFSM esteve presente disputando o espaço, as discussões e deliberações, mesmo reconhecendo que este foi um evento totalmente aquém daquilo que nós pensamos para o debate e as ações da juventude da cidade. Com isso, pretendemos inclusive, transformar essa ferramenta, popularizando-a e democratizando-a para a luta e para a juventude.



Nesse dia, também ocorreu um ato dos petianos e petianas contra os cortes na educação, pela valorização do Programa de Educação Tutorial e pela institucionalização do PET junto a universidade para facilitar a manutenção do programa, no que se refere ao subsídio para viagens e materiais permanentes a serem utilizados por petianos e tutores. Os grupos estão sem receber os custeios que financiam suas atividades desde o início do ano e os bolsistas estão sofrendo um processo acumulativo de atrasos na entrega de suas bolsas, o que afeta diretamente as atividades de ensino, pesquisa e extensão.

No dia 13 de agosto aconteceu a Marcha em Defesa do Serviço Público, à qual o DCE se somou. O ato reuniu servidores de diversas categorias do funcionalismo público e encerrou em atividade conjunta entre trabalhadores federalizados e estaduais, na praça Saldanha Marinho. A marcha foi realizada pela valorização do serviço público, contra o ajuste fiscal e a privatização, tendo participação de diversas entidades representantes da classe trabalhadora e estudantil.



No sábado, 15 de agosto, as mulheres do DCE participaram da IV Conferência Municipal de Políticas para Mulheres de Santa Maria. Na conferência, reivindicamos, juntamente com outras mulheres, a criação de um Conselho Municipal dos Direitos da Mulher democrático, autônomo, representativo e operativo, além do estímulo à atuação em torno de planos e metas comuns para as políticas para as mulheres, observando a transversalidade de dimensões de classe, gênero, etnia, raça, geração, orientação sexual e identidade de gênero, de pessoas com deficiência, rurais e urbanas, entre outras.

Em defesa de uma Estatuinte paritária, em que técnicos administrativos, professores e estudantes tenham o mesmo poder de voto, nós, estudantes que integramos o DCE e outros setores do Movimento Estudantil ocupamos o Conselho Universitário (CONSU) no dia 28 de agosto. A Estatuinte na UFSM será um processo para discutir todas as políticas da universidade, incluindo Assistência Estudantil, modelo de ensino e avaliação, execução de projetos de pesquisa e extensão, uso de laboratórios, estrutura e metodologia pedagógica. Nossa reivindicação deste dia também foi por respostas do reitor sobre as finanças da universidade e pela assinatura dele à carta de reitores e movimentos sociais contra os cortes na educação.

Já em setembro, no dia 2, nós estudantes participamos da ocupação e trancamento da reitoria junto dos TAEs. Segundo a carta de ocupação, publicada logo após o início do ato, a ocupação das reitorias faz parte de um calendário unificado proposto pelo Comando Nacional de Greve e pela Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA) para pressionar o governo federal e cobrar resolutividade nas negociações. À nível local, havia ainda a reivindicação de que a Reitoria da UFSM se posicionasse de forma mais firme na defesa da universidade pública, “se colocando ao lado dos trabalhadores e estudantes contra os cortes na educação e pelo atendimento das pautas das categorias”.



            Com a ocupação, foi protocolado um pedido de reintegração de posse, que na sua origem pedia 50 mil reais em multa diária para a categoria dos técnicos-administrativos em educação, além do uso de força policial caso necessário fosse. Além disso, o Reitor Burmann tencionou os estudantes que apoiavam o ato dizendo que o processo para editais de ampliação da Casa do Estudante Universitário (CEU) poderiam atrasar ainda mais caso a Reitoria não fosse desobstruída. Mesmo com chantagem, permanecemos na luta e dela não saímos!

E é por isso que a luta continua, construída sempre por todas as nossas mãos! Acompanhe, construa e participe conosco da busca por uma universidade pública, gratuita e de qualidade. Seguimos!

Pelas Mãos de
Kauane Müller
Coordenadora de Comunicação do DCE