sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Vitória dos moradores da CEU II

CEU II – UFSM: SUPERLOTAÇÃO NÃO É A SOLUÇÃO!

A partir da abertura de novos campi descentralizados da UFSM e a sua expansão por meio do REUNI, novas demandas apresentam-se a esta, especialmente no que diz respeito ao seu programa de Assistência Estudantil.

Um dos problemas que viemos enfrentando há algum tempo aqui na Casa do Estudante II é a postura de intervenção da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis sobre a autonomia política e administrativa da CEU, em que esta tem tomado decisões sem consultar ou considerar a opinião dos moradores e da Diretoria da CEU II.

A iniciativa mais recentes da Pró-Reitoria, visando resolver a questão do aumento do número de estudantes na UFSM e a procura por moradia estudantil, foi a de tentar impor a ampliação do número de moradores por apartamento na Casa, de forma a que os apartamentos para 6 moradores alojassem um 7º morador no cubículo, uma salinha de dispensa sem as mínimas condições de se tornar um quarto dado seu tamaínho (4,20m²). Esta não era uma idéia recente: há anos estava nos planos da PRAE concretizar esta proposta, de forma que ela já havia adquirido inclusive armários para instalar nos cubículos, que em conjunto com a cama ocupariam todo o espaço destes, mal permitindo a abertura da porta!




VITÓRIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL: BARRAMOS O 7º MORADOR!

Tendo em vista a eminência da instalação dos armários nos cubículos, os residentes da CEU II se organizaram para barrar este retrocesso e, em conjunto com a Diretoria da CEU II, o Conselho de Moradores, o DCE, a UNE e o conjunto dos estudantes mobilizaram-se para discutir o tema com todos os moradores, sem desvinculá-la, entretanto de outras questões que temos vivenciado, realizando três Assembléias Gerais da CEU II, onde as duas primeiras foram para discutir nossas pautas de reivindicação e forma de mobilização, sendo que na terceira a PRAE foi convidada para vir discutir diretamente com os moradores nossas reivindicações.



Esta terceira Assembléia Geral foi realizada na noite de terça (17/11/09) na União Universitária, contando com aproximadamente 200 moradores e membros da PRAE. Nossa pauta central foi à questão da não implementação do 7º morador por apartamento, a distribuição dos armários para os apartamentos que precisem e a ampliação da CEU II (que está parada), com a discussão pública do projeto dos novos blocos. Também pautamos outros pontos, como a manutenção da União enquanto alojamento provisório, a extinção do caráter do Bloco 34 apenas para estudantes menores de idade, a saída do funcionário da PRAE da CEU II e o uso de sua sala para desenvolver projetos dos moradores, o fim do uso do benefício sócio-econômico como instrumento de chantagem pela PRAE e o não aumento dos preços das refeições no RU.

Na Assembléia entregamos a PRAE um abaixo-assinado contendo quase 700 assinaturas recolhidas em poucos dias de mobilização, tivemos uma intervenção teatral denunciando os desmandos e a postura autoritária da administração central e uma forte pressão dos presentes sobre a PRAE para que se comprometesse com nossas pautas. Sem alternativas, a Pró-Reitoria teve de recuar e aceitar nossas principais bandeiras. Os pontos pendentes continuarão sendo negociados.

Tudo isto nos deixa claro a importância da organização coletiva para defender nossos direitos e obter mais conquistas. Devemos demonstrar cada vez mais aos setores conservadores da universidade que a juventude tem capacidade de construir as transformações sociais que necessitamos. A pressão seguirá!



ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL: AMPLIAÇÃO É A NOSSA LUTA!!


A ampliação das políticas de Assistência Estudantil é uma das condições para garantir que os estudantes filhos da classe trabalhadora possam ter acesso ao ensino superior. Entendemos que a expansão do Ensino Superior Público não pode se dar em detrimento de sua qualidade. Para isso o movimento estudantil como um todo deve se unir para lutar por mais verbas para a educação e garantir a formação de todos os estudantes, especialmente agora com o programa de Ações Afirmativas na UFSM e os novos campi, que devem ter as mesmas condições de Assistência oferecidas.

Recentemente conquistamos na UFSM a redução da multa da Biblioteca (de R$2,25 para R$1,25), a construção de um novo RU descentralizado, a construção de moradias estudantis nos campi do CESNORS e do RU em Palmeira das Missões, reconquistamos o direito a fazer a Boate da União. Precisamos agora avançar na luta contra o aumento dos preços do RU, pelo direito aos não-carentes fazerem as 3 refeições no RU, pela ampliação das bolsas de estudo, da moradia estudantil, do acervo e estrutura das bibliotecas, pela institucionalização da creche Ipê Amarelo com vagas gratuitas para as mães estudantes, substituição dos copos descartáveis do RU por copos permanentes, por mais linhas de ônibus, revisão da planilha de custos da passagem e direito a compra ilimitada do meio-passe, ampliação da Assistência nos demais campi da UFSM, especialmente em Silveira Martins , e em nível nacional pela criação de uma Secretaria de Assistência Estudantil no MEC.

A Assistência Estudantil é parte do direito a educação e deve ser compreendida de forma integral, para além da simples sobrevivência, articulada ao ensino, pesquisa e extensão, propiciando o acesso ao conhecimento em pé de igualdade entre todos. A construção de uma Universidade Democrática e Popular passa necessariamente pelo fortalecimento dos programas de permanência estudantil, devendo constituir-se enquanto uma política de Estado.




SÓ A LUTA FAZ VALER NOSSOS DIREITOS!

AVANTE!!




Márcia Rambo, Coordenadora Geral da Diretoria da CEU II e coordenação de finanças do DCE;

Diego Adolfo Pitirini, membro do Diretório Acadêmico de Agronomia, do NARUA, Coordenador Geral do DCE e vice-conselheiro do Bloco 32;

Pedro Sérgio da Silveira, 1º Diretor de Movimentos Sociais da UNE, coordenação de formação política e movimentos sociais do DCE e vice-conselheiro do Bloco 15.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A música nas escolas públicas e a inclusão cultural

O ensino gratuito da música nas escolas públicas brasileiras e a inclusão cultural

Por Jair dos Santos Gonçalves *

A música, esta maravilhosa arte, desponta agora novos horizontes e possíveis perspectivas para a educação básica. Nós músicos e educadores musicais fomos contemplados com a lei ordinária nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, a qual altera a Lei 9.394, de 20 de Dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. Discutir música e educação é um desafio para o qual os setores de ensino e a sociedade em geral devem despertar.

Desde épocas remotas a música esteve presente permeando as relações da sociedade. Conforme Grout e Palisca (2004), a mais de 2000 anos atrás o filósofo grego Platão já incentivava que seus guerreiros fossem instruídos com música. Os historiadores e arqueólogos encontraram provas (de um período de séculos antes de Platão) que o homem primitivo já fazia música utilizando ossos, cornos de animais, peles dentre outros (Menuhim, Yehudi e Davis, Curtis, 1990). Na bíblia temos o exemplo dos Salmos de David que foi um músico, utilizou música para profetizar, sendo que é considerado um dos maiores personagens deste livro.

Mas o que diz a ciência sobre a música e seus benefícios para o ser humano? Paulo Roberto Suzuki, professor e educador na área de computação e criatividade, músico, estudante e pesquisador na área de musicoterapia e da neurociência nos últimos 10 anos, afirmou que “A música atua nos dois hemisférios do cérebro. O lado esquerdo que é mais lógico e seqüencial e o direito que é holístico, intuitivo, criativo. No processo musical os dois lados são trabalhados”.

Sem dúvida a música é um dos estímulos mais potentes para os circuitos do cérebro. Além de ajudar no raciocínio lógico-matemático, contribui para a compreensão da linguagem, com o desenvolvimento da comunicação, para a percepção de sons sutis e para o aprimoramento de outras habilidades.

Na sala de aula o benefício será ainda maior. O aprendizado da prática musical favorece a condição do estudante com relação à criatividade. “Com a música ele fica mais criativo, sabe improvisar, ter mais naturalidade a lidar com os conteúdos e isso acaba favorecendo, de forma genérica, o aprendizado”, afirma Suzuki. Além disto ajudará muito no aspecto da socialização, visto o esforço que a música exige para ser feita em conjunto.

Caberá a um profissional bem preparado (Educador Musical, Musicoterapeuta) administrar toda esta diversidade cultural em que se tem em sala de aula, em função de um ensino musical de qualidade, pois será responsável por um grande número de avanços nos processos da sala de aula. Sairão contemplados os professores de matemática, física, química, visto a relação direta que tem a música com o desenvolvimento cerebral e conseqüentemente: o aprendizado.

O educador musical deve ainda compreender a importância do universo sócio cultural e afetivo do educando, utilizando as músicas que façam parte do dia-a-dia do mesmo e que estejam dentro dos padrões de sua cultura, e se puder, enriquecer este ensino com novas informações e idéias.


Educação musical na escola: Novas possibilidades de inclusão cultural

Há quem diga que a música é arte dos sons, que ela é uma ciência, a ciência dos sons, onde se tem três elementos: ritmo, melodia e harmonia e que através de tudo isto o indivíduo pode se expressar. Mas ela é muito mais que isso, pois existiram homens e ainda existem sob a face da terra, que para eles, a música foi e ainda é a própria vida. Muitos deles não a enxergavam e nem a enxergam apenas como pano de fundo de beleza estética ou como ferramenta de entretenimento burro.

Tão importantes são os atores sociais quando além de amarem o que fazem, ainda desejam que o que amam e lhes enriquece a alma, possa fazer parte da vida de outros seres humanos, mesmo sabendo que existem aqueles que desprezam a arte, a educação e a cultura.

Falo isto em forma de agradecimento à luta de muitos músicos, educadores musicais e demais profissionais da educação e cultura, pois com a aprovação da lei nº 11.769, podemos ter uma ponta de esperança no sentido de fazer com que a música chegue às pessoas de baixa renda além de melhores perspectivas de mercado de trabalho para o músico-educador. Existe um significado por trás disto que nos remete pensar que a música com todos os seus benefícios, agora poderá estar sendo alcançada a estas pessoas. Resta saber agora como fazer isto da melhor forma possível, pois o caminho está aberto.

Mas para que a educação musical aconteça de verdade é preciso o envolvimento de todos os setores da sociedade: educação, (universidades, escolas) da cultura e principalmente dos governantes, pois desde sempre, se fez necessária e com urgência das políticas públicas em prol deste fim. Além disso, cabe à sociedade despertar da alienação de seus direitos e buscar ações que reafirmem estes direitos, e que surjam destas ações políticas públicas e leis como a nº 11.769.

* Jair dos Santos Gonçalves é acadêmico do Curso de Música/UFSM, músico e produtor musical. Contatos pelo e-mail audio1produtora@yahoo.com.br. Acadêmico da Licenciatura Plena em Música - Universidade Federal de Santa Maria - RS. Presidente do DAmus - Diretório Acadêmico do Curso de Música UFSM e Membro da Diretoria do DCE-UFSM, Gestão AVANTE.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Assembleia da CEU II

Hoje, 17 de novembro, acontece a Assembleia da Casa do Estudante Universitário II (CEU II). Em pauta, questões importantes relacionadas a autonomia da organização dos estudantes e a assistência estudantil, assuntos de interesse geral dos estudantes da UFSM.

NÃO AO SÉTIMO MORADOR!
A principal e urgente questão é referente ao sétimo morador na CEU II, ocupando o chamado cubículo (uma pequena despensa de 2,55m X 1,65m), proposta da PRAE (Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis)rechaçada tanto pelo DCE da UFSM quanto pela Diretoria da CEU II. É importante a mobilização de todos os estudantes, não apenas os da CEU II, para pressionar a PRAE e reitoria a desistirem deste absurdo, defendendo a ampliação da assistência estudantil com qualidade.

O DCE pede que todos participem do abaixo assinado contra a proposta do sétimo morador. Haverá panfletagem em frente ao RU nesta terça-feira.

Semana Acadêmica do Direito - Programação

Dia 17/11:

09:30: Mini-curso (Auditório do CCSH da Universidade federal de Santa Maria)

18:30: Credenciamento (Hotel Itaimbé)

19:00: Cerimônia de Abertura

19:30: Palestra: “O Processo enquanto instrumento de (in)efetividade da Jurisdição”

Antônio Maria Rodrigues de Freitas Iserhard

Graduação em Direito pela Faculdades Integradas de Santa Cruz do Sul (1982) , especialização em Teoria Geral do Direito e Pesquisa Jurídica pela Faculdades Integradas de Santa Cruz do Sul (1984) , mestrado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (1987) e doutorado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (1994) . Atualmente é Doutor Adjunto 3 da Universidade de Caxias do Sul, Desembargador da Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e Membro de corpo editorial da Revista Faculdade de Direito da UCS.

20:30: Intervalo

20:45: Palestra: “A Educação para o consumo, estudo de caso: Balcão do Consumidor como instrumento de transformação da realidade social e a desburocratização do Judiciário”

Liton Lanes Pilau Sobrinho

Doutor em Direito pela UNISINOS(2008), possui graduação em Direito pela Universidade de Cruz Alta (1997) e mestrado em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (2000). Atualmente é professor da Universidade de Passo Fundo. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Constitucional

Dia 18/11:

8:00: Apresentação de trabalhos acadêmicos (Centro de Ciências Sociais e Humanas)

19:00: Palestra: "As Nanotecnologias e dos Direitos Humanos: em busca de marcos regulatórios.”

Wilson Engelmann

Graduado em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1988), Mestre em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2000) e Doutor em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2005). Atualmente é professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos nas seguintes atividades acadêmicas: (a) Graduação em Direito: Introdução ao Estudo do Direito, Teoria Geral do Direito e Filosofia do Direito; (b) Programa de Pós-Graduação em Direito: Direitos Humanos; (c) Diversos Cursos de Especialização: Método Jurídico e Metodologia da Pesquisa Jurídica. Líder do Grupo de Pesquisa JUSNANO (CNPq/Unisinos). Integrante da Comissão de Coordenação do Curso de Graduação em Direito da Unisinos. Temas preferenciais: hermenêutica filosófica, ética, direito natural, direitos humanos, direitos fundamentais, nanotecnologias e metodologia da pesquisa jurídica.

20:45: Palestra: "Globalização e Direito"

Gustavo Oliveira Vieira

Graduação e mestrado em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (2005). Atualmente é professor do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA) e da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Constitucional e Direito Internacional Público.

20:30: Intervalo

Dia 19/11:

8:30: Mini-cursos (Auditório do CCSH da Universidade federal de Santa Maria)

19:00: Palestra: André Leonardo Coppeti Santos

Graduação em Direito pela Universidade de Cruz Alta (1988). Mestrado em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1999). Doutorado em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2004). Membro ad hoc de comissões de avaliação do Ministério da Educação. Membro do Instituto de Hermenêutica Jurídica. Professor do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Membro do Conselho Editorial da Editora Livraria do Advogado. Professor e Consultor do Curso de Direito da OAPEC (Santa Cruz do Rio Pardo). Advogado Criminalista.

20:30: Intervalo

20:45: Palestra: Carlos Cini Marchionatti

Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1976. Especialização em ciências penais na mesma Universidade. Mestrado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi Promotor de Justiça, Pretor, Juiz de Direito e Juiz-Corregedor. Em dezembro de 1999 passou a desempenhar suas atividades como Juiz convocado no TJ na Câmara Especial Criminal. Foi promovido a Desembargador em junho de 2001. É presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul - AJURIS.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

DCE está no Twitter

O Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFSM - Gestão AVANTE! 2009/2010 - está no twitter. A intenção do Diretório é informar os acadêmicos da Universidade Federal de Santa Maria das atividades desenvolvidas e das discussões propostas pelo DCE. A criação de uma página para a gestão no microblog faz parte de uma política constante de melhora e aperfeiçoamento da comunicação do DCE com os estudantes que representa.

O Twitter do DCE pode ser acessado no http://twitter.com/avante_dce_ufsm

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Nota Sobre o Caso Uniban

No dia 22 de outubro, a sociedade brasileira assistiu a mais um ato covarde de machismo e opressão, quando a estudante de turismo, Geisy Arruda, da Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban), sofreu de forma violenta uma perseguição que a obrigou a sair da faculdade escoltada pela Polícia Militar supostamente em razão do vestido que usava.

As matérias veiculadas na mídia mostraram novamente o mesmo vestido, abriram espaço para a discussão sobre os trajes a serem utilizados pela mulher dentro do “ambiente de estudo” e ignoraram quase que completamente o tamanho da barbárie cometida por alunos e até mesmo por funcionários da instituição. Mais que isso, trataram com indiferença uma desigualdade histórica de gênero que ainda hoje referencia a mulher como objeto de dominação, exploração e desrespeito.

Essa seqüência de agressões e abordagens machistas, manifestadas de forma violenta e vulgar, serviu para confirmar a realidade de um preconceito primitivo, de cunho sexista e subjacente na estrutura social.

Na nota, cujo título afirma que “educação se faz com atitude e não com complacência”, a Universidade Bandeirante justificou que foi o comportamento da estudante que deu origem às cenas de selvageria que assistimos. Em outras palavras, se a aluna não estivesse vestida inadequadamente, os demais estudantes, de ilibada moral, não teriam defendido o ambiente de estudo com tanta prepotência.

Agindo com hipocrisia para manter o lucro, além de isentar os alunos envolvidos na agressão e tratá-los como inocentes 'aviltados' que apenas agiram em nome da 'defesa do ambiente escolar', a Uniban expulsou a aluna de forma arbitrária e indesculpável para defender a própria receita e a relação de comércio tão bem alimentada por alunos que não ensinou a pensar, a respeitar as diferenças, a discutir a diversidade e a agir com respeito, como deveria ocorrer em qualquer ambiente universitário.

Mais que meramente comercial, o ato despótico e preconceituoso da expulsão tenta naturalizar o despropósito de opressões machistas e das relações de poder nas quais mulheres subjugadas devem retrair-se perante o poder masculino e resguardar seus corpos, para que qualquer atentado violento não venha a ser justificado pela própria exposição.

É essa a realidade da sociedade brasileira, da classe supostamente intelectual de parcela dos nossos universitários e, sobretudo, da condição feminina, sobre a qual se posicionaram os “educadores” para que permanecêssemos reduzidas a meros objetos.

A revogação da expulsão anunciada apenas comprova a inexistência de argumentos plausíveis diante das cobranças do MEC, da UNE e da sociedade para que a Uniban justificasse a ação irresponsável e mercantilista anunciada no domingo. De fato, a universidade mostrou-se incapaz de justificar um ato que, somado ao viés apelativo da grande mídia, apenas visava garantir a continuidade e a reprodução do machismo, da opressão e da violência em uma sociedade desinteressada em punir seus verdadeiros culpados.

Por essa razão, o Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria repudia a violência cometida contra a aluna Geisy Arruda, bem como a decisão de expulsão, agora revogada com o único intuito de ocultar a conivência da Universidade Bandeirante com a ação preconceituosa, sexista e opressiva de seus estudantes.

DCE UFSM – Gestão Avante 2009/2010

sábado, 7 de novembro de 2009

AVANTE discute Movimento Estundantil na Rádio Universidade

Na tarde-noite da quarta-feira, dia 4 de novembro, o acadêmico de história da UFSM, membro da Coordenação de Formação Política e Movimentos Sociais do DCE-UFSM gestão 2009/2010 e 1º Diretor de Movimentos Sociais da UNE, Pedro Sérgio da Silveira, esteve juntamente com o estudante secundarista Henrique Garcia, presidente da União Santamariense dos Estudantes (USE) e da UERC( União dos Estudantes da Região Centro), discutindo o atual momento do Movimento Estudantil em Santa Maria. Na apresentação, Pedro definiu o que é Movimento Estudantil e ressaltou que não se resume às representações estudantis.



Com a expansão do ensino superior no país, especificamente da UFSM para os campi de Palmeira das Missões e Frederico Westphalen, e para a unidade de Silveira Martins, foi abordado como o DCE de Santa Maria pretende, a partir da Gestão Avante, representar todos os estudantes da UFSM.



Um dos momentos mais polêmicos do debate foi a relação entre as entidades (DCE-UFSM e USE/UERC). Contestado sobre a postura da USE, uma entidade tão combativa nos tempos de outrora, em defesa do aumento de passagens todas as últimas vezes que o assunto esteve em pauta, sem perceber que isso prejudicaria não apenas os estudantes secundaristas que usam o sistema público de transporte, mas também também toda a população.



Na finalização, Pedro falou um pouco mais dos desafios na Gestão Avante para o ano de 2010 e muitos dos assuntos que estarão em pauta no Movimento Estudantil e nos Movimentos Sociais no próximo ano.