CEU II – UFSM: SUPERLOTAÇÃO NÃO É A SOLUÇÃO!
A partir da abertura de novos campi descentralizados da UFSM e a sua expansão por meio do REUNI, novas demandas apresentam-se a esta, especialmente no que diz respeito ao seu programa de Assistência Estudantil.
Um dos problemas que viemos enfrentando há algum tempo aqui na Casa do Estudante II é a postura de intervenção da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis sobre a autonomia política e administrativa da CEU, em que esta tem tomado decisões sem consultar ou considerar a opinião dos moradores e da Diretoria da CEU II.
A iniciativa mais recentes da Pró-Reitoria, visando resolver a questão do aumento do número de estudantes na UFSM e a procura por moradia estudantil, foi a de tentar impor a ampliação do número de moradores por apartamento na Casa, de forma a que os apartamentos para 6 moradores alojassem um 7º morador no cubículo, uma salinha de dispensa sem as mínimas condições de se tornar um quarto dado seu tamaínho (4,20m²). Esta não era uma idéia recente: há anos estava nos planos da PRAE concretizar esta proposta, de forma que ela já havia adquirido inclusive armários para instalar nos cubículos, que em conjunto com a cama ocupariam todo o espaço destes, mal permitindo a abertura da porta!
VITÓRIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL: BARRAMOS O 7º MORADOR!
Tendo em vista a eminência da instalação dos armários nos cubículos, os residentes da CEU II se organizaram para barrar este retrocesso e, em conjunto com a Diretoria da CEU II, o Conselho de Moradores, o DCE, a UNE e o conjunto dos estudantes mobilizaram-se para discutir o tema com todos os moradores, sem desvinculá-la, entretanto de outras questões que temos vivenciado, realizando três Assembléias Gerais da CEU II, onde as duas primeiras foram para discutir nossas pautas de reivindicação e forma de mobilização, sendo que na terceira a PRAE foi convidada para vir discutir diretamente com os moradores nossas reivindicações.
Esta terceira Assembléia Geral foi realizada na noite de terça (17/11/09) na União Universitária, contando com aproximadamente 200 moradores e membros da PRAE. Nossa pauta central foi à questão da não implementação do 7º morador por apartamento, a distribuição dos armários para os apartamentos que precisem e a ampliação da CEU II (que está parada), com a discussão pública do projeto dos novos blocos. Também pautamos outros pontos, como a manutenção da União enquanto alojamento provisório, a extinção do caráter do Bloco 34 apenas para estudantes menores de idade, a saída do funcionário da PRAE da CEU II e o uso de sua sala para desenvolver projetos dos moradores, o fim do uso do benefício sócio-econômico como instrumento de chantagem pela PRAE e o não aumento dos preços das refeições no RU.
Na Assembléia entregamos a PRAE um abaixo-assinado contendo quase 700 assinaturas recolhidas em poucos dias de mobilização, tivemos uma intervenção teatral denunciando os desmandos e a postura autoritária da administração central e uma forte pressão dos presentes sobre a PRAE para que se comprometesse com nossas pautas. Sem alternativas, a Pró-Reitoria teve de recuar e aceitar nossas principais bandeiras. Os pontos pendentes continuarão sendo negociados.
Tudo isto nos deixa claro a importância da organização coletiva para defender nossos direitos e obter mais conquistas. Devemos demonstrar cada vez mais aos setores conservadores da universidade que a juventude tem capacidade de construir as transformações sociais que necessitamos. A pressão seguirá!
ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL: AMPLIAÇÃO É A NOSSA LUTA!!
A ampliação das políticas de Assistência Estudantil é uma das condições para garantir que os estudantes filhos da classe trabalhadora possam ter acesso ao ensino superior. Entendemos que a expansão do Ensino Superior Público não pode se dar em detrimento de sua qualidade. Para isso o movimento estudantil como um todo deve se unir para lutar por mais verbas para a educação e garantir a formação de todos os estudantes, especialmente agora com o programa de Ações Afirmativas na UFSM e os novos campi, que devem ter as mesmas condições de Assistência oferecidas.
Recentemente conquistamos na UFSM a redução da multa da Biblioteca (de R$2,25 para R$1,25), a construção de um novo RU descentralizado, a construção de moradias estudantis nos campi do CESNORS e do RU em Palmeira das Missões, reconquistamos o direito a fazer a Boate da União. Precisamos agora avançar na luta contra o aumento dos preços do RU, pelo direito aos não-carentes fazerem as 3 refeições no RU, pela ampliação das bolsas de estudo, da moradia estudantil, do acervo e estrutura das bibliotecas, pela institucionalização da creche Ipê Amarelo com vagas gratuitas para as mães estudantes, substituição dos copos descartáveis do RU por copos permanentes, por mais linhas de ônibus, revisão da planilha de custos da passagem e direito a compra ilimitada do meio-passe, ampliação da Assistência nos demais campi da UFSM, especialmente em Silveira Martins , e em nível nacional pela criação de uma Secretaria de Assistência Estudantil no MEC.
A Assistência Estudantil é parte do direito a educação e deve ser compreendida de forma integral, para além da simples sobrevivência, articulada ao ensino, pesquisa e extensão, propiciando o acesso ao conhecimento em pé de igualdade entre todos. A construção de uma Universidade Democrática e Popular passa necessariamente pelo fortalecimento dos programas de permanência estudantil, devendo constituir-se enquanto uma política de Estado.
SÓ A LUTA FAZ VALER NOSSOS DIREITOS!
AVANTE!!
Márcia Rambo, Coordenadora Geral da Diretoria da CEU II e coordenação de finanças do DCE;
Diego Adolfo Pitirini, membro do Diretório Acadêmico de Agronomia, do NARUA, Coordenador Geral do DCE e vice-conselheiro do Bloco 32;
Pedro Sérgio da Silveira, 1º Diretor de Movimentos Sociais da UNE, coordenação de formação política e movimentos sociais do DCE e vice-conselheiro do Bloco 15.