domingo, 25 de dezembro de 2011

Universidade Integral e Transformadora

Por Jonatas Moreth*

Para a Universidade brasileira, a década dos 90 foi marcada pelo ataque ao ensino público, favorecimento e expansão exorbitante do ensino privado no país, chegando a atingir mais de 80% das matrículas do ensino superior.

Em 2002 Lula é eleito com um programa que pretendia inverter a proporção de matriculas privada/pública, bem como realizar uma profunda reforma no ensino superior brasileiro.

Ainda no inicio do primeiro mandato, o governo lança o ante-projeto de Lei Orgânica da reforma universitária, sem uma elaboração conjunta com o movimento de educação.

O projeto, em que pese atender algumas demandas históricas dos movimentos sociais, fazia inúmeras concessões aos “tubarões” do ensino. Diante deste cenário contraditório, o movimento de educação não atingiu um consenso sobre qual tática de luta utilizar.

Um setor defendia a aprovação do projeto, tendo em vista que mesmo que de forma pontual continha avanços. Outro setor defendia a retirada do projeto do Congresso. Como saída alternativa defendia-se a execução dos pontos positivos via medidas do Executivo, casada com a realização de uma Conferência Nacional de Educação Superior para tirar as diretrizes de ação do MEC.

Por ausência de consenso, inclusive dentro do Governo, o projeto não avança e encontra-se engavetado no Congresso. Mesmo sem solucionar o impasse, o Governo muda sua tática decidindo fazer reformas pontuais e de forma separada.

Como carro chefe deste processo é criado no primeiro mandato o PROUNI, que consiste na concessão de bolsas para estudantes de baixa renda no ensino privado, através de concessão fiscal. Já no início do segundo mandato é lançado o REUNI, programa de reestruturação das Universidades Federais, que ampliou em mais de 70% as vagas do ensino superior púlico.

Em um país em que apenas 12% da juventude está no ensino superior e apenas 3% nas instituições públicas, é imprescindível a realização de uma forte expansão no ensino superior. Todavia, cabe ao movimento de educação pautar o governo e a sociedade, em defesa de uma profunda reforma universitária, para além da expansão que deve contiuar e ser ampliada.

O projeto de Reforma Universitária defendido pelo movimento estudantil deve ir além, também, de melhorias físicas em nossas instituições. É preciso mudar a forma como o conhecimento é produzido e disseminado, alterando a própria organização acadêmica das instituições de ensino.

O ensino universitário tradicional tem sido desenvolvido geralmente de forma desvinculada da experiência, da prática, da realidade social. A universidade tradicional tem realizado sobretudo ensino, em menor grau pesquisa (nem sempre vinculada a problemáticas sociais relevantes) e, em menor grau ainda, extensão, o patinho feio do tripé universitário.

Queremos abrir um amplo debate nacional sobre o projeto político-pedagógico das universidades brasileiras, incentivando adoção de métodos didáticos e pedagógicos alternativos, que dialoguem com as experiências da Educação Popular e da Pedagogia da Alternância.

Nosso projeto de Universidade Democrática e Popular compreende outro modelo pedagógico, baseado na participação, no diálogo e na construção do conhecimento, principalmente, a partir de objetivos traçados de forma coletiva e valorizando os saberes e demandas populares.

No campo da reestruturação acadêmica e curricular devemos repensar o atual modelo de organização universitária e a necessária extinção dos departamentos. Estes se tornaram redutos privilegiados do corporativismo acadêmico e reproduzem uma organização segmentada da universidade. Esta distorção também é percebida na própria estrutura física das universidades, em que os seus blocos, centros, faculdades e institutos são marcados pela falta de comunicação, isolando os estudantes e não permitindo o contato destes com outros campos do saber.

Em substituição a estrutura departamental, é preciso constituir estruturas acadêmicas permeáveis à participação democrática da comunidade e à interdisciplinaridade. Já em relação aos currículos, fica patente a necessidade que tem a universidade em incorporar a diversidade social e cultural dos educandos e da comunidade. Uma diversidade não encontrada nos atuais currículos eurocêntricos, sexistas e heteronormativos das nossas universidades.

Outros temas que colocamos em debate são: a livre presença nas aulas; a redefinição dos métodos de ensino; outro modelo de avaliação dos estudantes, crítico e participativo, e que possamos avaliar os professores em cada disciplina; reformas curriculares que transformem a formação profissional rumo à compreensão da realidade social; por uma educação voltada para sociedade e suas demandas, com a curricularização da extensão, articulada à pesquisa e ao ensino, de forma integral; a realização de Conferências de Ensino, Pesquisa e Extensão, integrando Universidade e Sociedade, para discutir o papel e a função social das instituições de ensino.

*Jonatas Moreth é estudante de Serviço Social da Universidade de Brasília (UnB) e 3º vice-presidente da UNE.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Não invadi. Só entrei, ocupei e legitimei.




Fotos da ocupação. Créditos: Chris Luza

Ensino superior de qualidade e no lado de casa. Foi movido por isso, que fiz minha inscrição para o novo campus da UFSM, ainda em processo de implantação, em meados de 2009, num centro de ensino chamado CESNORS (Centro de Educação Superior Norte RS), localizado na cidade do norte do estado em Frederico Westphalen, junto a sede do tradicional CAFW (Colégio Agrícola de Frederico Westphalen), instituição vinculada a UFSM. Outra coisa que me motivou foi a construção da casa do estudante, para receber os acadêmicos com vulnerabilidade social. Ingressei na UFSM. 2010 passou, e nada. 2011 veio (a casa vai ficar pronta logo!), não. Não ficou. No fim deste ano, as obras finalmente são concluídas e o processo seletivo para a casa teve início. Fui selecionado (OBAAAA). Mas não abriram a casa. E ninguém tinha notícia de quando iria abrir. Porque não abrem? Ela já está pronta! Enquanto isso, mesmo com o direito de assistência estudantil garantido pelo PNAES e pelas próprias normativas da UFSM, eu e vários outros acadêmicos continuávamos sendo ignorados pela instituição, e tendo nossos direitos abafados, alguns por 1, 2, 3, 4 anos...outros ficaram toda a graduação na expectativa, mas nada. Ficou só no almoço por 50 centavos no RU mesmo. O ano de 2011 chegava ao fim, e mais uma vez a assistência estudantil no CESNORS era deixada de lado. Mas se a casa é do estudante, então...

...então, sentimos a necessidade de nos organizar mais uma vez, mesmo no conturbado período de avaliações finais da UFSM, sim, o famoso e temível #FimDeSemestreUFSM, e em meio a esse tumulto, vimos que não poderíamos nos calar e baixar a cabeça para a PRAE (Pró-reitoria de Assuntos Estudantis), e tendo a consciência de que a casa do estudante, um bem público, como o próprio nome já diz, é nossa, de todos os estudantes, de toda a sociedade que entrar na UFSM e dela necessitar, para não precisarmos pagar aluguéis nas férias e ser submetido a renovação de contrato com imobiliárias na cidade, e em seguida com o rompimento do contrato e pagamento de multas bem salgadas, resolvemos, em assembleia com os futuros moradores da casa que encontramos nesses últimos dias do semestre, Ocupar a nossa nova moradia, alguns meses antes do previsto. Ocupar uma CEU, como vamos fazer isso? Foi um dos primeiros questionamentos que surgiram. Arrombar a porta de entrada? E como isso vai soar lá fora, na mídia? E as chaves dos apartamentos? Essa foi fácil, já sabíamos que estavam em cada uma das portas. O empecilho mesmo, era a porta central de entrada...Mas ela estava aberta! Alguém não chaveou direito.


Sexta-feira, 16 de dezembro de 2011, 17 horas. Esse foi o horário combinado, e reunidos no hall de entrada do CESNORS, seguimos numa caminhada em direção a casa, e entramos. Mesmo que eu quisesse descrever por meio desse relato a sensação que eu tive, eu não conseguiria, um misto de “Poxa, até que enfim vo mora na casa”, “mãe, não vai mais faltar dinheiro”, “quanta gente vai poder morar aqui e ter condições de estudar”, “Toma PRAE (pra não usar outra expressão mais pesada...)”, “essa casa já nasce com autonomia” e mais zilhões de coisas que me passavam na cabeça referente ao movimento estudantil, das lutas que travamos desde o momento que eu comecei a participar, e de tantas outras que foram travadas antes de eu sequer sonhar em estar na UFSM, dos estudantes que começaram a se organizar em pleno período da ditadura militar para garantir seus direitos, das mulheres que solicitaram ter o direito de morar nas casas de estudante também, e de toda a estrutura que a UFSM dispõe para receber os estudantes em suas moradias, em grande parte fruto da luta dos estudantes que construíram a história da universidade através do Movimento Estudantil.

E agora, nós, os primeiros moradores da CEU IV, sim, decidimos chamá-la dessa forma. Casa do Estudante Universitário IV, em alusão a CEU I no centro de Santa Maria, CEU II no campus em Santa Maria e CEU III da pós-graduação. Tudo foi muito tranquilo. Assim que entramos, retiramos as chaves dos apartamentos e colocamos em uma sacola plástica, para realizarmos os sorteios dos apartamentos das duplas, estas que poderiam ser escolhidas conforme o grau de amizade e o interesse de cada um, respeitando assim aos moradores que não estavam presentes. Os seguranças não mostraram reação, o responsável pelo patrimônio veio conversar com nós, pedindo que esperássemos até a terça-feira seguinte para saber o posicionamento da UFSM. Nada feito, daqui não saio, daqui ninguém me tira, aluguel nem mais um dia! Continuamos lá, e logo vieram os colchões, e as primeiras mudanças dos moradores. O clima era o melhor possível, um sentimento de união e de direito legitimado. No dia seguinte até no noticiário local aparecemos. Com todo o rebuliço causado, a PRAE resolveu marcar uma reunião com os moradores. “porque vocês ocuparam?” parece bastante idiota, mas essa foi a primeira pergunta que nos foi feita. Óra porque?! Não vou nem comentar! Não tinha como calarem nosso direito, e mesmo que tentassem, sabiam que iriam comprar uma briga, e das grandes! Conseguimos a liberação oficial da CEU IV, e também a da CEU V no outro campus da UFSM, em Palmeira das Missões.

O ano fecha com chave de ouro no movimento estudantil em Frederico Westphalen. A ocupação organizada não somente por moradores, mas também pelo DCE ( Diretório Central de Estudantes), DAEF ( Diretório Acadêmico de Engenharia Florestal), DAEA (Diretório Acadêmico de Engenharia Ambiental), ABEEF (Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal) e FEAB ( Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil) só prova mais uma vez que quando o diálogo não resolve nada, é necessário partir para a ação, e mostrar a autonomia do movimento estudantil combativo que constituímos e construímos, o compromisso de uma juventude disposta a lutar por seus direitos e por uma sociedade igualitária, sem temer consequência alguma. E a luta só está começando, temos que garantir a autonomia dos moradores na casa, a agilização do processo de construção do novo bloco, com mais 36 vagas, que já tem verba disponibilizada, além da garantia de distribuição das 25 bolsas permanência no valor de 300 reais para cada campi do CESNORS, conquistadas durante a ocupação da reitoria, em setembro deste ano. A LUTA não para galera, se nessa ocupação lutamos pelos direitos estudantis, em nossas profissões devemos lutar pelos direitos igualitários da sociedade, e fazer justiça social enquanto profissionais, trabalhar a serviço do real desenvolvimento da nossa nação e lutando por qualquer direito que nos é negado. Saudações a quem tem coragem!


Por Vinícius Jean Barth, acadêmico de Engenharia Florestal, Coordenador de Políticas Educacionais e Assistência Estudantil do DCE UFSM- Em Frente, Coordenação Regional da Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal, Comissão organizadora do II Encontro Regional de Agroecologia Sul, representante discente do CEPE (Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão) e morador e representante da CEU IV no conselho de moradia da UFSM.


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

EIV Santa Maria - Última Semana de Inscrições


O Estágio interdisciplinar de Vivências (EIV) é um espaço em que os estudantes das diversas áreas do conhecimento têm a oportunidade de aprender, conhecer e vivenciar o cotidiano das comunidades rurais, agricultores familiares e famílias assentadas. O EIV desde seu surgimento na década de 80 surge com o objetivo de sensibilizar e propiciar aos estudantes pensarem a sociedade de forma crítica a fim de que intervenham nesta enquanto estudantes e enquanto sujeitos atuantes em sua formação profissional. O IX EIV Santa Maria ocorre através da articulação com o Movimento Estudantil e os Movimentos Sociais Populares do Campo para que de forma coletiva consigam refletir e avançar para uma sociedade justa e igualitária. O IX EIV Santa Maria ocorre de 01 a 22 de Fevereiro de 2012.

As inscrições podem ser feitas pelo link: http://eivsantamaria.wordpress.com/selecao/

Mais informações pelo e-mail: eivsantamaria@gmail.com


Sobre o IX EIV Santa Maira

Data
De 01 a 22 de fevereiro de 2012.

Local
As etapas de preparação e avaliação serão na Sede do Assentamento do Sobrado, em Júlio de Castilhos (RS). Para chegar até lá, os estudantes irão se reunir em Santa Maria e seguir com membros da organização até a sede do assentamento.

Quem pode participar?
Pode participar do EIV qualquer estudante universitário de qualquer curso ou universidade – incluindo as universidades de outros países da América Latina. A seleção será realizada na primeira semana de janeiro e os candidatos selecionados serão imediatamente informados.

Custo:
Será solicitada uma contribuição facultativa de R$ 25,00 para os estudantes (talvez menos), mas para quem não puder pagar não há problemas. Esta contribuição será solicitada apenas durante a realização do estágio.

Como o EIV funciona?
Os estagiários selecionados irão se reunir em Santa Maria para seguir até Sede do Assentamento do Sobrado, em Júlio de Castilhos. O estágio é dividido em 3 etapas: preparação, vivência e avaliação.

No período de preparação, que será de 05 dias, os estudantes estudarão conteúdos relativos à questão agrária e se prepararão para o período de vivência, com metodologias e dinâmicas que permitem a construção coletiva do conhecimento. Esta etapa irá ocorrer em Júlio de Castilhos.

Após este período os estudantes passarão pelo período de vivência, no qual se deslocarão para diversos assentamentos de reforma agrária do estado do Rio Grande do Sul. Os estagiários serão consultados previamente quanto às preferências para sua vivência durante a etapa de preparação, tentando-se contemplar suas expectativas.
Neste período, os estudantes terão contato direto com a realidade de cada assentamento e participarão das tarefas diárias da família assentada que os receber. Os assentamentos serão principalmente de famílias organizadas no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Esse período terá duração de 10 dias.

Para a etapa de avaliação, todos os estagiários se encontrarão novamente em Júlio de Castilhos e compartilharão suas mais diversas experiências. A troca de experiências faz deste um momento muito rico durante o EIV. Esse período tem duração de 04 dias.


Sobre o EIV

Nascido das experiências acumuladas pela FEAB (Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil) na década de 80, o Estágio de Vivência tornou-se um espaço consolidado em inúmeras Universidades do país e vem contribuindo de maneira significativa na formação de profissionais mais voltados para a difícil realidade social brasileira.

Além de promover um envolvimento maior das universidades com as suas regiões de abrangência, rompendo com o academicismo desprovido de práxis social, o Estágio de Vivência proporciona aos estudantes universitários um contato direto com as comunidades de assentados e agricultores familiares organizados, vivenciando na prática seus problemas, suas formas de organização e os desafios por eles enfrentados.

Com uma metodologia bastante distinta dos projetos formais de extensão desenvolvidos nas Universidades, o Estágio de Vivência se caracteriza por fundamentar-se em alguns princípios básicos, dentre eles a interdisciplinaridade, onde se procura incentivar a participação de diversos cursos para que se possa abranger a realidade sob diversos enfoques, de acordo com as respectivas áreas do conhecimento. Outra característica importante é a forma interativa dos espaços reservados à discussão, principalmente nas fases de preparação e avaliação, privilegiando o debate como forma de construção do conhecimento, refletindo conjuntamente sobre as diferentes realidades vivenciadas durante o Estágio.

Este projeto busca ainda, mostrar a relação social do modelo de desenvolvimento imposto à sociedade Brasileira comparada à realidade vivida pelos trabalhadores, através de Cursos de Formação Política envolvendo Economia e o Modelo Agrário, embasado em profundos estudos teórico- práticos desta realidade.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Estudantes ocupam Casa do Estudante em Frederico Westphalen

Por Assistência Estudantil de ponta a ponta!

Cansados de esperar, estudantes com Beneficio Socioeconômico deferido e já com direito à moradia ocuparam ontem (16) pacificamente a Casa do Estudante em Frederico Westphalen. Não houve nenhum tipo de resistência por parte da segurança da UFSM no campus. O DCE da UFSM apoia e participa da Ocupação.

Inaugurado em 2005 com campi em Palmeira das Missões e Frederico Westphalen no norte do Rio Grande do Sul, o CESNORS sempre teve carências em relação a assistência estudantil. Depois de anos de luta, apenas no segundo semestre de 2011 as Casas do Estudante foram concluídas. Cerca de 20 dias atrás a listagem dos moradores foi divulgada pela Universidade, mas até a sexta não havia uma previsão mínima de entrega, além de um nítido jogo de empurra entre a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), responsável pela Assistência Estudantil na UFSM, e a Direção do CESNORS.

Desde ontem, cerca de 20 estudantes tem levado móveis para a Casa do Estudante. A previsão, segundo informações da passadas ao DCE, é que na terça-feira a UFSM responda oficialmente em relação à Ocupação. Para Jacson França, coordenador-geral do DCE e um dos moradores da CEU IV (como a Casa tem sido chamada), um dos principais motivos da ocupação foi a demora e o jogo de empurra para a liberação da moradia, Jacson também lembra que no mês de dezembro muitos contratos de aluguel vencem, e quem já tem direito a moradia teria que fazer um novo contrato com valor ainda mais alto e ainda pagar multa pela rescisão quando a CEU IV fosse liberada.

O DCE da UFSM tem participado e articulado a ocupação, além dos membros da Diretoria do DCE em Frederico Westphalen, moradores ou não da CEU IV, Bruna Surdi, do DCE da UFSM e da Diretoria da CEU II, de Santa Maria, viajou para Frederico Westphalen para acompanhar e auxiliar na Ocupação.

Leia também:
DCE de Luta em toda a UFSM - Protesto pela ampliação e abertura da CEU durante Conselho do CESNORS em Palmeira das Missões, no mês de junho de 2011.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Noite da Visibilidade Indígena

O Conselho de Entidades de Base (CEB) da UFSM do mês de dezembro, realizado na última quarta-feira (7/12), teve como uma das pautas a ocupação Kaingang. Há aproximadamente dois anos, indígenas da tribo Kaingang de diversas regiões do estado acampam em uma área próxima à rodoviária de Santa Maria, onde permanecem enquanto vendem produtos artesanais na cidade.

Há dois anos, essas pessoas são tratadas com enorme descaso pelo governo municipal, como se fossem invisíveis à sociedade santamariense. Aproveitando a época natalina, onde mais Kaingangs estão em Santa Maria, o Movimento Estudantil da UFSM fará, em conjunto com as comunidades indígenas e o Grupo de Apoio aos Povos Indígenas (GAPIN), a Noite da Visibilidade Indígena, buscando o diálogo da população com o povo Kaingang, que irá mostrar sua cara e sua identidade.

A Noite da Visibilidade Indígena será realizada no dia 17 de dezembro, a partir das 18h, na Praça Saldanha Marinho. Dia 13 de dezembro (terça-feira), às 12:30 também na Saldanha Marinho, haverá a pintura de faixas para o ato. Durante toda a semana serão recolhidas assinaturas para uma petição cobrando do poder público as providências para regularização da situação do povo Kaingang em Santa Maria.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Coletivo Voe: em defesa da diversidade!

O Congresso Estudantil da UFSM, durante a plenária LGBTT, deliberou pela criação de um grupo de gênero e sexualidade. A primeira reunião do grupo ocorreu na sexta-feira, dia dois de dezembro, no auditório do DCE. Essa reunião, que contou com cerca de quinze pessoas, decidiu que o grupo se proporá a combater a homofobia na UFSM, através de debates, ciclos de cinema, atos pela visibilidade LGBTT, entre outras ferramentas. Outra característica do grupo é a busca pela valorização da diversidade sexual. Assim, todas e todos estão convidad@s a construir esse espaço, independentemente da sua orientação sexual.

Ontem aconteceu a segunda reunião do grupo, já contando com vinte pessoas. Essa reunião serviu para decidirmos o nome do grupo: Coletivo Voe. O verbo é utilizado como sinônimo de libertação, porque acreditamos não apenas na igualdade entre os seres humanos dentro de um sistema econômico que continua colocando-os na condição de explorandos. Defendemos a libertação do ser humano para que possa manifestar livremente todas as suas características.

E em breve teremos muita construção e muita luta. Já para o próximo semestre serão preparadas atividades de boas-vindas durante a Semana da Calourada e a próxima edição do Universidade Fora do Armário, que é um espaço de discussão construído pelo Movimento Estudantil com o intuito de dar visibilidade às pautas LGBTT e denunciar a homofobia presente em nosso cotidiano.

São muitas tarefas e inúmeros desafios e, por isso, precisamos de toda contribuição. Convidamos todas e todos para se somarem a esse Coletivo. Nossa próxima reunião será sexta-feira, 16/12, às 18h no auditório do DCE (Professor Braga, 79).

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ato Público na Nova Santa Marta

O Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) realizou hoje um ato público em celebração aos 20 anos da ocupação Nova Santa Marta, em Santa Maria, no qual o DCE esteve presente. As principais reinvindicações foram a retomada das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a legalização dos lotes, que ainda não estão sob a propriedade d@s morador@s e maior agilidade do Governo Federal para a implementação do Porgrama Minha Casa Minha Vida. É importante ressaltar que a verba do PAC já foi repassada à Prefeitura, que não realiza as obras por falta de vontade política.

O ato teve início em frente à creche Sinos de Belém, em um local que deveria ser uma praça, de acordo com os projetos do PAC, onde no mes passado uma jovem foi estuprada e morta quando voltava do trabalho à noite. A insegurança e a falta de iluminação pública são outros problemas enfrentados pela comunidade da Nova Santa Marta. Logo após, a marcha seguiu até o trevo próximo à vila. Lá, moradores da Nova Santa Marta, integrantes do MNLM e do Movimento Estudantil ocuparam parte da rodovia, tornando o trânsito mais lento, a fim de pressionar a prefeitura para que tomasse alguma providência com relação às pautas colocadas.

A atuação da Polícia Rodoviária Federal é outro ponto importante a ser ressaltado. Mais uma vez, a polícia demonstrou a quem serve, quando uma policial passou com o carro em alta velocidade entre os manifestantes, em uma cena de puro abuso de autoridade.
A Prefeitura, então, se comprometeu em se reunir com a comunidade da Nova Santa Marta para negociar a implementação das reivindicações. Amanhã, às 18h no Colégio Marista Santa Marta acontecerá uma audiência com representantes da Prefeitura e comunidade em geral.




Nova Santa Marta: 20 anos de luta


No dia sete de dezembro de 1991 teve início a ocupação da Fazenda Santa Marta, uma área que havia sido desapropriada por causa das dívidas dos antigos proprietários e, então, pertencente ao governo do estado e que estava abandonada. O ponto inicial da ocupção fora antes uma pista de aeromodelismo, à qual, óbvio, a classe trabalhadora não tinha acesso. Foi a primeira ocupação urbana de Santa Maria e, por isso, contou com uma truculência da polícia muito maior. Foram dias sem que ninguém pudesse entrar ou sair da área ocupada. Nem mesmo água ou comida podiam ser levadas. Mas, o povo resistiu e conquistou o dieito fundamental de MORAR.

Após o período de ocupação da área, a luta não parou. E, assim, foram conquistados transporte para a área, escolas, posto de saúde sempre através da mobilização popular. A partir de 2007 deu-se início a jornada de luta pela inclusão da Nova Santa Marta entre as obras do PAC de habitação, saneamento e urbanização. Após muitas assembleias e manifestações, o movimento conquistou 50 milhões de reais para que de fato aquela ocupação de terras, que abriga mais de 25 mil pessoas, se transformasse em um bairro com infraestrutura adequada. Em 2008 as obras tiveram início, porém, após o início do mandato Schirmer as obras passaram a ficar mais lentas e, há cerca de um ano, estão totalmente paralisadas, inacabadas e mal feitas.

Esse breve histórico da ocupação é parte dos relatos que ouvimos hoje, durante o ato, em conversas com companheir@s do MNLM e do material distribuído durante o ato.



Reivindicações das/dos moradoras/os da Nova Santa Marta

- Início do Trabalho técnico social do PAC com espaço para a comunidade na gestão de obras;
- Retomada imediata das obras de infra-estrutura do PAC;
- Início das obras nas áreas de lazer;
- Legalização dos terrenos;
- Início da construção das 200 casas pelo programa Minha Casa Minha Vida;
- Início da construção das 200 casasdo PAC para reassentar os moreadores de áreas de risco;
- Construção da Escola de Ensino Médio;
- Melhoria na segurança pública;
- Construção das unidades de saúde e ampliação do programa de agentes comunitários de saúde;
- Melhoria no transporte coletivo.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A sexta é de SOAD e RATM na Catacumba da Boate do DCE


Na noite de hoje (09), a Catacumba da tradicional Boate do DCE recebe os tributos a Rage Against the Machine e System of a Down. A entrada é franca para estudantes universitários, para não-universitários, é cobrado o valor de R$ 5,00, mediante autorização de estudante e apresentação da Carteira de Identidade ou outro documento com foto (CNH, carteira profissional).



DCE cria grupo da Boate no Facebook


Um espaço para divulgar a programação, para pedidos de músicas e principalmente de integração entre os frequentadores da Boate do DCE. Com esse objetivo, o DCE da UFSM, gestão Em Frente, criou o grupo oficial da Boate no Facebook.

O grupo é aberto, ou seja, pode ser acessado por qualquer usuário do Facebook. Para fazer parte basta solicitar (e pode ser aceito por qualquer administrador ou por qualquer amigo que esteja no grupo) ou ser adicionado por qualquer membro.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Congresso Estudantil - Moção de apoio à investigação e punição dos crimes da Ditadura Civil-Militar


Moção de Apoio ao cumprimento da Sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos (OEA)




Nós, estudantes da UFSM, reunidos em nosso IV Congresso, em vista das reiteradas violações aos direitos humanos pelo Estado Brasileiro, que durante o período da ditadura civil-militar violou normas e princípios internacionais de direitos humanos ao torturar e matar os cidadãos, exigimos o cumprimento integral do dispositivo da decisão da Corte Interamericana, no julgamento do caso da Guerrilha do Araguaia, a qual determina:

1) A abertura dos arquivos do período autoritário;

2) Revisão da Lei de Anistia;

3) Indenização dos familiares das vítimas;

4) Procura dos restos mortais das vítimas e entrega às famílias para sepultamento;

5) Reforma na organização e processo de formação dos membros das polícias militares e forças armadas;

6) Investigação e punição dos responsáveis pelas torturas e demais violações aos direitos humanos ocorridos na ditadura (crise de Lesa-Humanidade)



Santa Maria, 27 de novembro de 2011

IV Congresso Estudantil da UFSM

sábado, 3 de dezembro de 2011

Mês da Consciência Negra - Kizomba de encerramento na Boate do DCE!



Depois de debates, ciclos de cinema, mesas e oficinas, o Mês da Consciência Negra encerra hoje na Boate do DCE, com a Kizomba de encerramento, a partir da meia-noite. Promoção do Afronta - Coletivo de Estudantes Afro da UFSM, e do DCE UFSM.


Para saber mais sobre o Afronta, acompanhe o Coletivo no Twitter, no Facebook e também pelo blog: http://afrontacoletivo.blogspot.com/


Já na Catacumba da Boate do DCE tem festa oficial do TAMPACS organizada pela ATCOM 2012, http://www.facebook.com/events/209672785773648/.

O Dia que durou 21 anos

O documentário “O Dia que durou 21 anos" que apresenta os bastidores da participação do governo dos Estados Unidos no golpe militar de 1964 que durou até 1985 e instaurou a ditadura no Brasil. Uma coprodução da TV Brasil com a Pequi Filmes, com direção de Camilo Tavares.

http://tvbrasil.org.br/odiaquedurou21anos/






quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dia Mundial de Luta Contra a AIDS

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Congresso Estudantil UFSM - Resoluções


PLENÁRIA FINAL DO 4º CONGRESSO ESTUDANTIL 2011
Resoluções:

Universidade Conjuntura e Plano Nacional de Educação
1.      Defesa da Paridade em todas as instâncias da universidade; entre estudantes, professores e técnicos, com a participação da comunidade externa, em especial sindicatos ligados à educação e movimentos sociais populares;
2.      Construção do Congresso Estatuinte paritário na UFSM, como defendido pelo DCE, ASSUFSM e SEDUFSM
3.      Contra PL 1749 (antiga MP 520);
4.      Lutar pelo aumento de orçamento proporcional à expansão da universidade;
5.      Defesa das Ações afirmativas;
6.      Reverter bolsas de trabalho para bolsas de ensino, pesquisa e extensão;
7.      Relação mais humanitária inter-setorial e com pacientes no HUSM;
8.      Contra o Pronatec, que a prioridade do governo seja pela ampliação e qualificação das universidades públicas, bem como, se houver investimento no ensino técnico, que seja somente na rede federal. E que o ensino técnico tenha caráter emancipador e popular.
9.      Contra a reforma do ensino médio que vem sido empurrada goela abaixo pelo governador Tarso Genro. Pela reformulação do ensino médio, construído com participação popular e pautado nas necessidades da classe trabalhadora.
10.  Apoio à greve do CPERS pelo pagamento do Piso Nacional do Magistério Público, fortalecimento do Plano de Carreira e pela discussão e construção democrática de uma nova proposta de Ensino Médio;
11.  Por 10% do PIB para Educação Pública Já e uma educação crítica e transformadora;
12.  Buscar incidir mais nas reformas curriculares dos cursos e ementas das disciplinas, através de comissões paritárias (envolvendo estudantes, servidores, professores e comunidade) e Assembleias Gerais de Curso. E pelo fim do Núcleo Docente Estruturante.
13.  Dialogar com os estudantes de Ensino Médio sobre o modelo de ensino a que são submetidos e suas críticas, e como desejam seja a escola;
14.  Por uma verdadeira Reforma Universitária, com expansão, qualidade em Ensino, Pesquisa e Extensão, voltada para as demandas populares;
15.  Construir espaços de debates sobre o PNE, Universidade, Educação;
16.  Construir a campanha “PNE: a educação publica quer mais”, buscando incidir através da pressão social sobre o novo PNE (2011-2020), para garantir a priorização de políticas e investimentos públicos na educação publica.
17.  Defesa da Paridade em todas as instâncias da universidade; entre estudantes, professores e técnicos, com a participação da comunidade externa, em especial sindicatos ligados à educação e movimentos sociais populares
18.  Construção do Congresso Estatuinte paritário na UFSM, como defendido pelo DCE, ASSUFSM e SEDUFSM;
19.  Contra PL 1749 (antiga MP 520);
20.  Lutar pelo aumento de orçamento proporcional à expansão da universidade;
21.  Reverter bolsas de trabalho para bolsas de ensino, pesquisa e extensão;
22.  Relação mais humanitária inter-setorial e com pacientes no HUSM;
23.  Contra o Pronatec, que a prioridade do governo seja pela ampliação e qualificação das universidades públicas, bem como, se houver investimento no ensino técnico, que seja somente na rede federal. E que o ensino técnico tenha caráter emancipador e popular.
24.  Contra a reforma do ensino médio que vem sido empurrada goela abaixo pelo governador Tarso Genro. Pela reformulação do ensino médio, construído com participação popular e pautado nas necessidades da classe trabalhadora.
Projeto de Universidade e Democracia
25.  Defendemos um Projeto de Universidade Pública, Gratuita, de Qualidade, Democrática, Popular e Transformadora, referenciada em demandas populares;
26.  Pela Universalização do ingresso à universidade e mudança de seu caráter e papel – de uma universidade conservadora à uma universidade transformadora;
27.  Democratização do Acesso e Permanência e defesa das Ações Afirmativas enquanto o acesso não for universal;
28.  Debater a criação de Conselhos Comunitários por campi e um Conselho Estratégico Social (de toda a UFSM), compostos pela comunidade universitária e comunidade externa, sindicatos, movimentos sociais, para orientar os rumos e debater qual função social a UFSM deve cumprir;
29.  Pela construção na UFSM de uma Conferência de Ensino-Pesquisa-Extensão, junto à comunidade, para discutir sobre o que a universidade vem (ou não vem) produzindo;
30.  Pela Curricularização da Extensão Universitária e criação de Espaços de Formação Integral (EFIs) interdisciplinares e multiprofissionais;
31.  Por uma formação integral: a partir da Extensão, construir de forma articulada o Ensino e a Pesquisa, vinculando teoria e prática em um processo contínuo, junto à comunidade e os setores mais carentes, discutindo com esta seus problemas sociais e buscando alternativas, de forma crítica e criativa;
32.  Por uma distribuição de recursos mais equitativa entre o Ensino, a Pesquisa e a Extensão, assim como entre os cursos;
33.  Pela reformulação das metodologias de ensino, para superar o modelo pedagógico tradicional e tecnicista, por mudanças nas relações de ensino-aprendizagem entre professores e estudantes em sala de aula, pois não apenas os estudantes, mas também os professores são vítimas deste modelo pedagógico, fragmentado e produtivista;
34.  Por formação pedagógica a todos os professores da Universidade (não basta ser “doutor”);
35.  Pela livre-frequência às aulas;
36.  Propor para Universidade que esta promova conosco um Seminário e Conferencia deliberativos sobre sistema de avaliação de estudantes (provas), pois o modelo de avaliação atual responsabiliza apenas o estudante por sua ‘nota’, devendo-se construir outra metodologia;
37.  Por uma avaliação coletiva, democrática e permanente;
38.  Pela revisão da forma como é feita a Auto-avaliação da UFSM pela CPA (Comissão Própria de Avaliação);
39.  Por um modelo de Avaliação Institucional processual e diagnóstico, não punitivo e ranqueador entre cursos e instituições, por uma avaliação que fomente a ampliação da qualidade e a resolução dos problemas destes. Contra o SINAES e o ENADE, construindo o debate sobre um sistema avaliativo baseado nas reais demandas de educação da classe trabalhadora.
40.  Pela alteração da legislação antidemocrática que rege a educação e o ensino superior brasileiro, revogação do artigo 56 da LDB que versa sobre a composição dos conselhos superiores, e pela revisão do estatuto da UFSM e da LDB.
41.  Criação do Orçamento Participativo na UFSM;
42.  Pela Paridade nos Conselhos Superiores (garantindo a presença da comunidade externa e movimentos sociais) e demais órgãos colegiados das universidades;
43.  Pelo voto universal em eleições para reitoria, direções de centro e cursos e pelo fim das listas tríplices;
44.  Pela realização de Assembleias Gerais Universitárias e Audiências Públicas para discussão de temas importantes que dizem respeito aos rumos da instituição;
45.  Pelo fim dos departamentos e construção de uma estrutura não fragmentada;
46.  Em defesa do direito à auto-organização estudantil, com garantia de espaços físicos para os DAs, DCE e sindicatos em todos os campi;
47.  Financiamento Público das pesquisas, não às fundações e revogação da Lei de Inovação Tecnológica e das Parcerias Público-Privado;
48.  Contra a criação da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) e pela manutenção do vínculo entre Hospitais Universitários com as Universidades, enquanto hospitais-escola com garantia de concursos públicos via RJU; (vai pra parte de saúde)
49.  Pela federalização de instituições de ensino superior pagas;
50.  Promover debates e seminários sobre estes temas e apresentar propostas ao PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) da UFSM;
Formação Profissional
51.  Que os PPP’s (Projetos Políticos Pedagógicos, agora “PPC’s”) dos cursos, que atualmente reproduzem currículos produtivistas, devem ser discutidos e modificados com a participação dos estudantes a partir de uma construção democrática e de forma paritária, com a participação de estudantes, docentes, técnicos e sociedade civil organizada.
52.  Desta forma devemos lutar, discutir e defender o protagonismo e participação dos estudantes na construção dos currículos dos cursos lutando contra a departamentalização, burocratização e hierarquização dos mesmos.
53.  Devemos buscar, na Estatuinte da UFSM, um modelo que integre as diferentes áreas do conhecimento, evitando sempre a compartimentalização e a fragmentação do conhecimento.
54.  Defendemos um projeto de universidade pública, democrática, popular, laica e socialmente referenciada, pautando a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Buscaremos a criação de disciplinas interdisciplinares de graduação e ampliação da matriz curricular flexível.
55.  Devemos apoiar a criação da incubadora social na UFSM e pautar para que seja voltado às reais necessidades da comunidade e que seja um espaço de inclusão social dentro da universidade.
56.  Somos contrários a fragmentação do ensino e apoiamos a formação unificada dos cursos de bacharelado e licenciatura, percebendo a importância da não fragmentação do ensino, para que possamos ter um ensino que nos permita a visão de totalidade. Declaramos apoio à campanha da Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física (EXNEEF) “Educação física é uma só, formação unificada já”, e à campanha Somos Todos Comunicação Social da Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social (ENECOS).
57.  O ME-UFSM tem posição contraria ao advento de Exames de Proficiencia para toda e qualquer área de conhecimento.
58.  Apoiamos a campanha de “curricularização integral da extensão” realizada pela Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), bem como apoiamos a criação de grupos interdisciplinares de extensão universitária.
59.  Consideramos importante fomentar o debate, com o intuito de ser um instrumento de transformação de consciência e compreensão de que as tecnologias e o conhecimento produzidos dentro da universidade devem ser voltados para a sociedade e apropriados pela classe trabalhadora.
60.  Acreditamos ser necessária a disputa por uma formação de profissionais compromissados com as reais necessidades da classe trabalhadora, rumo à transformação social.
61.  Pela defesa da democratização dos meios de comunicação social e incentivo à mídia alternativa e contra-hegemonica.
62.  O movimento estudantil da UFSM em contraposição ao modelo mercadológico da educação,deve realizar a formação política de seus militantes e demais estudantes, apoiando e construindo cursos de formação como Estágios Interdisciplinares de Vivência (EIV), Estágios no sistema de saúde (VERSUS), Curso de Formação em Agroecologia (CFA), como funciona a sociedade (CF1), comunicação e expressão. Buscando nesses espaços de formação, parcerias com os movimentos sociais populares.
a.   Extensão
b.  Lutar pelo acesso irrestrito a pesquisa e extensão.
c.   Pela articulação da curricularização da Extensão nos PPC’s.
d.  Repudiamos a extensão universitária de viés mercadológico que visa reprodução da exploração da força de trabalho pelo capital nas universidades. Onde os projetos sejam voltados a sociedade que se encontra em situação vulnerável, tendo assim acréscimo pessoal tanto para o acadêmico quanto a sociedade.
e.   Maior investimento do setor público para subsidio nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Sendo assim, ampliando o número de oferta de bolsas e seu valor, não esquecendo de garantir condições adequadas para a realização das atividades.
f.    Junto à luta por um projeto de educação voltada as demandas da classe trabalhadora, lutar pela democratização do trabalho e por uma sociedade que seja socialmente igual, respeite as diferenças humanas e realmente justas.
Saúde
63.  Defesa a reforma psiquiátrica e a luta anti-manicomial com a formação voltada para saúde mental na atenção básica, segundo os princípios do SUS e a determinação Social do processo Saúde-doença.  
64.  Defesa de um Sistema de Saúde 100% Público, estatal, de qualidade, gratuito. Em defesa do SUS e contra o Sistema Complementar de Saúde e a intervenção privada ou de caráter privatizante na saúde.
65.  Que o hospital regional de Palmeira das Missões seja 100% público, gratuito e de qualidade.
66.  O ME-UFSM se propõe a criar o Seminário Intercampi de saúde, para debater a saúde entre todos os campi da UFSM.
67.  O ME-UFSM deve lutar pela superação do modo de produção capitalista, entendo que essa luta transforma de fato as condições de saúde da sociedade.
68.  O ME-UFSM defende o ensino na área da saúde pautado pela determinação social do processo saúde-doença segundo os princípios e em defesa do SUS.
69.  Contra a precarização dos cursos de saúde criados pelo REUNI.
70.  Que a saúde seja controlada plenamente pelos trabalhadores. Por controle social real!
71.  Por maior financiamento público da saúde PÚBLICA!
72.  Criação espaços de formação em saúde para a comunidade estudantil.
Povos Indígenas, Negros e acessibilidade
73.  Luta por programa de assistência estudantil específico para cotistas;
74.  Ensino, Pesquisa e extensão voltados para temáticas referentes a história e cultura Afro- descendente; Pela implementação da lei 10639;
75.  Pautar pela a acessibilidade na estrutura física e humana da universidade – rampas, por intérprete de libras e livros em braile;
76.  Pautar a curricularização de aulas de libras;
77.  Apoiar e estimular a auto-organização dos grupos étnicos.
Plenária de Mulheres
78.  Formação de um grupo de mulheres da UFSM – primeira reunião a ser marcada (perspectiva para o vestibular) - “CO”: Monique, Cíntia, Thani, Vanessa, Suelen, Juliana e Bruna
Plenária LGBTTS
79.  Criação do grupo de gênero e sexualidade.
80.  Criação do mês de combate a homofobia (mês intensivo de luta na universidade e sociedade, estabelecido de preferência em julho que é o mês de combate a homofobia e de lutas em relação a sexualidade)
81.  Campanha permanente de combate ao machismo e homofobia aliado aos demais grupos (debate com grupo de mulheres, negros, indígenas e outros grupos que lute contra as opressões),
82.  Luta pela criminalização da homofobia (PL 122) ;
83.  Apoio do projeto de lei que oficializa e regulamenta a união homoafetiva;
84.  Luta permanente contra a heteronormatividade (discussão e construção sobre a nova estruturação que a sociedade vem tomando);
Ações afirmativas
85.  Por mais espaços para discussão;
86.  Pela criminalização do racismo;
87.  Debater os espaços onde os negros e comunidades indígenas estão inseridos na sociedade;
88.  Cotas para pós-graduação e nos colégios da UFSM;
89.  Criar mecanismos de inclusão nos espaços de discussão e deliberação a respeito de ações afirmativas;
90.  Inclusão curricular de disciplinas que atendam a questões raciais e étnicas.
91.  Incentivo a pesquisa, ensino e extensão étnico racial.
Questão Agrária
92.  Contra o Novo Código Florestal;
93.  O ME UFSM defende a reforma agrária que garanta as condições de permanência das/os trabalhadoras/es no campo .
Questão Urbana
94.  Combate a especulação imobiliária, defesa da ampliação das casas do estudante, e incentivos fiscais para a construção de repúblicas estudantil.
95.  Solidariedade aos atingidos pelas construções e as remoções da copa e apoio aos movimentos de luta pela moradia.
96.  Criar espaços de discussão e debate sobre a questão urbana.
97.  Pela Estatização do transporte coletivo visando a implementação de um transporte público, gratuito e de qualidade.
98.  Por mais linhas de ônibus dos bairros para a universidade.
99.  Por uma integração de verdade no transporte público.
100.  Pela volta do passe livre.
101.  Por assembléias públicas para prestação de contas do transporte público.
102.  Por acessibilidade nas cidades.
103.  Pelo Fim do Limite de compra de passagens para os estudantes
104.  Por uma verdadeira reforma urbana, com garantia de mobilidades plenas nas cidades com acesso a saneamento, educação, cultura, lazer e trabalho decente a todos.
105.  Por espaços de cultura e lazer popular, não a lógica dos megaeventos.
106.  Pela reativação da concha acústica, no Itaimbé e pela construção de outra na universidade.
Assistência Estudantil
107.  Criar na Semana da Calourada seminários sobre os direitos dos estudantes em relação a assistência estudantil e o histórico da assistência no país e na UFSM.
108.  Articular com professores dos cursos para ceder espaços nas primeiras semanas de aula dos cursos para realizar a apresentação do histórico e que poderá contar com ex-alunos de diferentes gerações e cursos, fazendo um relato de lutas do ME de sua época;
Relações de poder e assédio moral
109.  Criar um GT permanente na UFSM sobre opressão no trabalho dos professores, funcionários e estudantes dentro da instituição
                       a.    Assédio moral com os bolsistas e estagiários.
                      b.    Discriminação racial, étnica e de gênero
                       c.    Mapear estudantes vítimas de assédio moral e articular com DA’s para que cada DA tenha condições de articular com o Departamento do Curso.
110.  Discutir as formas de avaliação dos estudantes nas disciplinas.
111.  Discutir os PPC’s, em relação aos pré requisitos e ordem pré estabelecidas das disciplinas na grade curricular
Drogas e Sociedade
112.  Considerando que o uso de drogas (lícitas e ilícitas) é uma questão social, histórica e cultural, e que não terminará, faz-se necessário uma nova educação sobre drogas e drogadição, repensando a formação que recebemos na universidade;
113.  Dialogar com professores/as para abrir uma DCG interdisciplinar e multiprofissional vinculada a pesquisa-ensino-extensao (Espaço de Formação Integral), sobre Drogas e sociedade, sendo esta uma questão transdisciplinar;
114.  Promover mais espaços de debate sobre drogas, sociedade e direitos humanos;
Juventude e Opressão Geracional
115.  Defesa da meia-entrada e do meio passe intermunicipal para estudantes e jovens;
116.  Pela ampliação dos jovens nos espaços de decisão e poder;
117.  Por Políticas Públicas para Juventude que garantam a vivência plena e a formação integral da juventude, fomentando seu potencial criativo;
118.  Pela criação de Secretaria Municipal de Juventude e Conselho Municipal de Juventude, bem como transformação da Coordenadoria Estadual de Juventude em Secretaria Estadual de Juventude, para construir e implementar políticas públicas específicas para jovens, garantindo direitos, criando novos direitos, entorno de educação, saúde, trabalho, moradia, cultura, lazer, esportes, tanto no campo, como na cidade;
119.  Defendemos o acesso universal a banda larga e por mudanças no Plano Nacional de Banda Larga que garantam a sua construção 100% publica e estatal e que o acesso à internet seja gratuito;
120.  Ampliar a relação do Movimento Estudantil Universitário com outros movimentos juvenis, em especial o movimento secundarista;