sexta-feira, 12 de junho de 2015

DCE, Sedufsm e Assufsm emitem nota sobre polêmica criada a respeito do pedido de informações quanto à existência de um convênio entre a UFSM e a empresa Elbit


Nota será publicada nos jornais deste final de semana.

CONTRA O MASSACRE DA VERDADE
Em agosto de 2014, a ASSUFSM, a SEDUFSM e o DCE, considerando a defesa dos princípios éticos de liberdade, autodeterminação dos povos e da prevalência dos direitos humanos que sempre embasaram as lutas das nossas categorias e, diante dos injustificáveis ataques promovidos pelo Estado de Israel às populações palestinas naquela ocasião, responsáveis por levarem à morte centenas de cidadãos civis, decidiram se incorporar ao Comitê Santa-mariense de Solidariedade ao Povo Palestino, buscando denunciar tais violações, bem como pressionar por uma resolução pacífica da questão entre aqueles países.
Dentro desse contexto, fomos informados pela própria imprensa sobre a existência de um convênio firmado entre o governo do Estado do Rio Grande do Sul e uma das principais indústrias de tecnologia militar israelense (ELBIT), por meio de sua subsidiária brasileira (AEL), para construção de um Polo Aeroespacial no Estado, o qual envolveria a participação da UFSM. Tendo em vista que esse projeto previa a utilização de recursos públicos da instituição e envolveria a produção e transferência de tecnologia militar em conjunto com empresa estrangeira - que reconhecidamente colabora com o Estado de Israel, o qual viola sistematicamente as resoluções internacionais de direitos humanos -, as nossas entidades cobraram explicações da administração da Universidade no dia 28 de agosto de 2014.
Nosso pedido de esclarecimento foi amplamente divulgado em nossos boletins e páginas eletrônicas, sem que, na época, o assunto tenha despertado o interesse de jornalistas e empresas de comunicação que agora nos atacam. Todo o questionamento feito à reitoria da UFSM na ocasião teve como base a Lei de Acesso à Informação e está inserido em um documento explicativo de três páginas, que se refere, especificamente, àquele contexto e que não obteve nenhuma resposta formal por parte dos gestores da Universidade. Em 29 de novembro de 2014, o governo do Estado suspendeu o convênio com a AEL/ELBIT, o que levou as nossas entidades a darem por encerrado o assunto, já que o objeto da interpelação não mais existia.
É justamente em razão disso que as entidades signatárias viram com estranheza e surpresa o Memorando Circular 02/2015, datado de 15 de maio de 2015 e assinado pelo Pró-Reitor Adjunto de Pós-Graduação e Pesquisa, José Fernando Schlosser, que não apenas extrai uma pergunta descontextualizada do documento original, repassando-a aos Programas de Pós-Graduação da UFSM, como o faz de forma completamente equivocada e extemporânea, quase seis meses depois do encerramento de qualquer possibilidade de convênio. Ainda mais estranheza nos causaram as declarações do referido Pró-Reitor - dadas após seu controverso memorando -, sustentando que esse teria sido enviado, no mês passado, por conta de uma suposta renovação do pedido de esclarecimento - por escrito e assinado por nossas entidades - sobre o convênio que, como dito, já sabíamos não mais existir.
Consideramos inverídica essa informação, já que de fato o pedido não foi renovado, e exortamos o Pró-Reitor a apresentar publicamente algum documento que comprove suas afirmações.
O extemporâneo Memorando passou a circular na internet e em redes sociais, com uma falsificação grosseira - de autoria e intenções ainda desconhecidas - que acrescentava, junto ao documento, as marcas do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanção). Este movimento internacional busca pressionar o Estado de Israel areconhecer o direito inalienável do povo Palestino à autodeterminação e cumprir plenamente com os preceitos do Direito Internacional, pondo fim à ocupação e colonização dos territórios palestinos tomados após 1967. Do mesmo modo, reconhecendo os direitos fundamentais dos cidadãos Árabes-Palestinos de Israel à plena igualdade e protegendo o direito dos refugiados Palestinos a regressarem às suas casas e propriedades, como estipulado na Resolução 194 da ONU (www.bdsmovement.net/call).
Este conjunto de equívocos e fraudes serviu como combustível para um violento e desproporcional ataque à Universidade e às nossas entidades por parte de pessoas e veículos de comunicação que, ao se alimentarem da mentira, jamais estiveram dispostos a buscar a verdade existente nos fatos. Nossas entidades - que se notabilizaram historicamente na luta em defesa da igualdade, da democracia e do fim da opressão -, não aceitarão serem acusadas por qualquer ato discriminatório, já que buscavam explicações pontuais para questões contextualizadas no documento.
Nossa história e trajetória nos autorizam e nos dão o direito de nos opor e denunciar a todas as políticas bélicas e imperialistas que subjugam trabalhadores do mundo inteiro, independente da origem ou credo religioso, porque tem como princípio nosso dever cívico e humanitário contra a guerra e o uso da violência de qualquer natureza.
A solidariedade dos povos representa um princípio universal a ser defendido por todos os trabalhadores e, portanto, não aceitaremos que interesses alheios, na busca de vantagens de qualquer natureza, tentem envolver o nome das nossas entidades em situações fantasiosas e inverídicas.
Em nome dos professores, técnico-administrativos e estudantes da UFSM, buscamos esclarecer as inverdades e distorções que têm servido de base para uma campanha caluniosa e completamente infundada de racismo. E esperamos que todas as questões sejam apuradas e a verdade seja restituída.
Santa Maria, aos 12 de junho de 2015.
Loiva Chansis, coordenadora-geral da Assufsm
Adriano Figueiró, presidente da Sedufsm
Priscilla Souza, coordenadora-geral do DCE

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Nota de apoio do CEB à greve dos servidores técnico-administrativos em educação

Reunido na última sexta-feira, dia 29 de maio, o Conselho de Entidades de Base deliberou apoio à greve dos servidores técnico-administrativos em educação na Universidade Federal de Santa Maria. Enquanto Diretório Central de Estudantes, Diretórios Acadêmicos e Diretorias das Casas de Estudante, vislumbramos as reivindicações destes trabalhadores comuns às nossas como movimento estudantil, seja pautando mais investimentos para a educação pública, pela valorização da carreira entre servidores ativos e aposentados, se colocando contra o corte de verbas, ou até mesmo na luta contra a terceirização e qualquer outro retrocesso que retire nossos direitos. 

Notamos a greve como um instrumento da classe trabalhadora para pressão e conquista de suas pautas na luta diária por uma sociedade mais justa. São nesses momentos de união e mobilização os quais devemos prezar por uma reivindicação unitária, que unifique categorias em prol de necessidades em comum, fortificando as bases, mas fortalecendo também as decisões a serem tomadas em benefício dos trabalhadores e estudantes. 

Sabemos que uma paralisação pode afetar nosso calendário letivo, mas seríamos mais prejudicados se nossa rotina na universidade continuasse a ocorrer normalmente com os problemas que viemos enfrentando, problemas os quais essa categoria se posta a enfrentar e resolver, inclusive. É por isso que também estamos acompanhando a mobilização dos professores no que diz respeito às negociações do sindicato com o MEC, bem como qualquer outro indicativo que venha a surgir da categoria docente. 

Essa é a hora de construirmos uma Jornada de Lutas pela Educação Brasileira, por uma universidade democrática, que atenda às necessidades daqueles que mais precisam do ensino público, gratuito e de qualidade: que são os filhos e filhas da classe trabalhadora.