terça-feira, 30 de agosto de 2011

Conferência Municipal de Juventude


Mais informações em: http://juventuders.wordpress.com/

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Assembleia Geral dos Estudantes






Os DAs e o DCE da UFSM convidam TODOS os estudantes para a Assembleia Geral dos Estudantes da UFSM. Quinta-feira, 12h, no RU velho.

Pautas:

- Assistência Esudantil

- Greve


Evento no Facebook: http://www.facebook.com/event.php?eid=206215222772837

A UNE e sua missão em reconstruir o VER-SUS


O DCE da UFSM está articulando estadualmente a construção de um VER-SUS. Para conhecimento, debate e reflexão, segue o texto A UNE e sua missão em reconstruir o VER-SUS.


(..)após tantos momentos em que o ME foi protagonista na luta em defesa do Sistema Único de Saúde, convocamos todos os estudantes a assumirem que a reforma sanitária faz parte da nossa luta diária e que devemos voltar ativamente ao debate e à construção do sistema SUS.” Por Camila Monteiro Damasceno, Florentino Júnio Araújo Leônidas, Jonatas Moreth Mariano e Lucas Resende.*

Uma das estratégias mais inovadoras realizada pelo Ministério da Saúde (MS) nos últimos anos foi o Projeto de Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS Brasil), uma atividade que mobilizou os estudantes e fortaleceu o movimento estudantil em saúde.

O Projeto que começou através da intensa mobilização estudantil dos estudantes da área da saúde foi incorporado ao ministério e durou até meados de 2005. As três edições (a piloto e as duas etapas nacionais), envolveram quase 1.500 estudantes de cursos variados e diferentes regiões do país, permitindo-os conhecer e debater a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS).

O VER-SUS apresentou uma nova forma de se debater saúde não só dentro das universidades, mas também extrapolando o mundo das instituições de ensino. A articulação entre o Ministério da Saúde e os estudantes foi propulsora de uma geração de militantes do movimento estudantil sanitário em nosso país. Desta forma o ME assumiu um papel de protagonista na luta pela efetivação do SUS como garantia do direito à saúde dos Brasileiros.

O projeto também contribuiu para ampliar a integração ensino-serviço no campo da saúde, principalmente após a reforma curricular vivida dentro os anos de 2001 e 2002.

Com a chegada da 14a Conferência Nacional de Saúde, é hora do movimento estudantil mobilizar-se novamente em prol da reforma sanitária. O papel desmobilizador e pouco construtivo adotado pelo ME nos últimos anos se relaciona com as dificuldades vividas pelo SUS para a sua efetivação. Assim, após tantos momentos em que o ME foi protagonista na luta em defesa do Sistema Único de Saúde, convocamos todos os estudantes a assumirem que a reforma sanitária faz parte da nossa luta diária e que devemos voltar ativamente ao debate e à construção do sistema SUS. As entidades estudantis dos cursos de saúde e a União Nacional dos Estudantes(UNE) devem assumir um papel central na garantia dos avanços do SUS.



A UNE, que começa uma nova gestão neste momento, deve convocar os estudantes a participar novamente desta pauta e deve procurar as entidades de saúde, para uma nova articulação sobre o debate principalmente no que tange a reorientação profissional em saúde e que discuta a relação entre a universidade e o sistema único de saúde.

Assim o VER-SUS é um instrumento preponderante para o avançar do Sistema Único de Saúde, mobilizar os estudantes em prol da luta por sistema único de saúde de qualidade passa por apresentar a eles a realidade do sistema que se distancia do apresentado pela mídia e pelos livros, acreditamos que para a efetivação do preenchimento das lacunas do sistema único de saúde, discutir a formação e a universidade é fundamental e nisso o VER-SUS é um mecanismo fundamental.





Camila Monteiro Damasceno, é estudante de Medicina pela Universidade de Brasília e coordenadora do Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães, DCE-UnB.

Florentino Júnio Araújo Leônidas, é estudante de Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília e membro da Coordenação Nacional dos Estudantes de Saúde Coletiva.

Jonatas Moreth Mariano, é estudante de Serviço Social pela Universidade de Brasília e 3º Vice Presidente da União Nacional dos Estudantes.

Lucas Resende , é estudante de Nutrição pela Universidade de Brasília e membro da Executiva Nacional dos Estudantes de Nutrição.

domingo, 28 de agosto de 2011

Direito à memória e a à verdade


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Estudantes da UFSM assumem coordenação da Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil



Do Portal UFSM, Adaptado

Estudantes de Agronomia da UFSM (campi de Santa Maria e Frederico Westphalen) foram eleitos para a nova coordenação nacional da Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (Feab). A eleição deu-se durante o 54° Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia (Conea), que ocorreu de 21 a 29 de julho, na Universidade Federal Rural da Amazônia, em Belém (PA). No sábado, a galera da Feab promove festa na Boate do DCE, com Rodrigo Cidade e Flush.

Saiba mais sobre a Feab em: http://feab.wordpress.com/

Nova coordenação:

- Diego Pitirini (campus Santa Maria, coordenador-geral do DCE UFSM na gestão Avante e coordenador de finanças na atual gestão)
- André Camargo Volpato (campus Santa Maria. membro da gestão Em Frente)
- José Antonio Louzada (campus Santa Maria, coordenador-geral da atual gestão do DCE)
- Martin Witter (campus Frederico Westphalen, coordenador-geral do DCE na Gestão Avante)
- Evelise Martins (campus Frederico Westphalen)
- Felipe Acosta (campus Santa Maria)

11ª Parada Livre e Semana da Diversidade Sexual


Acontece desde o dia 22 de agosto em Santa Maria a 11ª Parada Livre da Região Centro, a 8ª Semana da Diversidade Sexual, o 3º Encontro Estadual LGBTT e a 1ª Conferência Regional LGBTT. O evento tem por objetivo celebrar o dia mundial do orgulho LGBTT e reivindicar o reconhecimento dos direitos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais.
Um dos principais enfoques desse evento é a aprovação da PLC 122, que criminaliza a homofobia, constituindo-se um instrumento de visibilidade e mobilização social no enfrentamento da homofobia no Brasil. Já tivemos avanços significativos na luta pelo respeito à diversidade sexual no Brasil, principalmente após a aprovação da lei que normatiza a união homoafetiva. Há muito ainda para avançar, no entanto.  E esses avanços só serão construídos através de mobilizações sociais como essa.
É por isso que o DCE UFSM – Gestão Em Frente convoca a todas e todos estudantes da UFSM e comunidade em geral, independentemente de sua sexualidade, para somar-se a essa luta que é, acima de tudo, pelo fim da opressão, pelo fim das delsigualdades e pelo respeito à diversidade.

Confira a programação do Final de Semana:

26 de agosto (sexta-feira)
9h - 1ª Conferência Regional LGBTT

27 de agosto (sábado)
3º Encontro Estadual LGBTT
14h - Mesa de abertura cerimonial
14h 15min - Mesa de discussão- direitos LGBTT. Um debate sobre ações do estado e sociedade civil.
16h 30min - Mesa de discussão- educação de direitos humanos- a diversidade sexual e genêro na escola
23h - Festa da parada

28 de agosto (domingo)
9h - Espaço reservado para conversação da RNP
14h - Concentração para parada livre da Gare da estação Férrea
15h - Parada livre no Parque Itaimbé

29 de agosto - Dia da Visibilidade Lésbica (segunda-feira)
9h - Mesa de discussão com os representantes dos movimentos LGBTT/RS
12h - Encerramento


Concurso Transporte Caótico - Vencedores

Divulgamos aqui os vencedores do Concurso Transporte Caótico. E convidamos todos para a Audiência Pública do Transporte hoje, às 18h na Câmara de Vereadores, com concentração às 17h. As fichas podem ser retiradas pelos vencedores no dia 2 de setembro.

Vídeo - Coletivo Verde



Foto - Gabriela Garcia Viero




Charge - Felipe Bernardi




Texto - João Pedro Wizniewsky Amaral

A (FALTA DA) GOTA D’ÁGUA


A primeira semana de maio em Santa Maria obrigou todos a tirarem os casacos do armário. A segunda-feira do dia 02/05 foi a mais fria do ano, até então. E no campus da UFSM em Camobi, como todos já sabem, faz mais frio que no centro. Ainda mais de noite.


Nessa altura do ano, a partir das 19 horas já é noite. Mas foi no entardecer que a história começou. Às 18 horas e 30 minutos, na primeira parada da linha 196A – Universidade (na rua Vale Machado), além de mim, mais algumas pessoas aguardavam impacientes, esfregando as mãos ou tremendo as pernas. Todos esperando o trambolho laranja e branco que iria levar alguns dessas pessoas às aulas na gélida segunda-feira, que começavam provavelmente às 19 horas. Naquela hora, provavelmente o ônibus iria lotado, pois a frequência é menor em relação ao turno da manhã e os cursos noturnos aumentaram devido ao REUNI, o que significa mais passageiros. Contudo, isso tinha o seu lado bom. Quanto mais gente no ônibus, mais calor humano, e, consequentemente, aquela segunda-feira seria menos fria. Pelo menos no trajeto.


Nesse horário, das 18h30, o centro torna-se caótico, já que muita gente está saindo do trabalho ou buscando filhos nas escolas, o que também ajuda no atraso para se chegar à universidade. Mas a boa notícia daquele dia veio às 18h35: um carro da linha 196ª – Universidade / Faixa Nova. Todos na parada sabiam o que isso queria dizer: a viagem seria mais rápida, pois há menos fluxo de trânsito e terminais por esse trajeto.



Já no segundo ponto em que o ônibus parou, não havia assentos vagos e já tinham algumas pessoas de pé, mas ninguém dá muita bola. Já estão acostumados. Dos 30 minutos que geralmente se leva para fazer o roteiro, uns 5 minutos foi gasto praticamente só na avenida Rio Branco e na rua do Acampamento. Só foi entrar na avenida Fernando Ferrari para fluir o caminho e o céu ficar escuro.


Os passageiros daquele transporte público eram predominantemente estudantes, e faziam jus aos universitários: tinha de todos os tipos. Uns bem novos, provavelmente recém saídos do colégio; outros mais experientes, que saíram do trabalho para ir na aula; aqueles compenetrados revisando livros xerocados para, quiçá, uma prova que esfriaria mais aquele dia; amigas tagarelas que passariam a viagem inteira conversando e fofocando; outros mais relaxados, admitindo pro colega que não haviam estudado; uns muito bem arrumados; e aqueles desligados do mundo pelos seus fones de ouvido. O que tinham em comum era a vontade de chegar logo no campus.


No meio daquele barulho de motor, burburinho de conversas e da música baixinha no rádio do ônibus, não houve mais movimento. O dueto do motor com os frios cessou. Foi logo em seguida do complexo Dalla Favera, num local meio desabitado. O burburinho se intensificou. Da janela, via-se apenas postes de luzes distantes. O motorista tentou arrancar mais algumas vezes. Todas sem sucesso. As pessoas se olhavam, umas apavoradas. Um rapaz jogou raivosamente suas anotações no seu colo.


- Alguém vai dar um explicação? – gritou uma passageira


Não obteve resposta de ninguém, pois o cobrador logo saiu para parar um outro carro que levaria a tropa de universitários às aulas e o motorista ignorou. Contudo, a resposta veio logo em seguida num telefonema do motorista com alguém provavelmente da empresa:


- Acabou a água do radiador, vamos esperar outro carro – disse ele no telefone.


A cara de insatisfação foi geral. Foi a gota d’água o radiador estar sem água naquele frio e no escuro.


- Ah! Então é pra isso que a passagem vai aumentar pra R$ 2,30! Vão colocar água no radiador!! – bradou uma passageira indignada.


Minutos depois, chegou outro ônibus da mesma linha. Não foi tão rápido assim, pois naquela hora é mais difícil achar um que faça o trajeto pela Faixa Nova. No deslocamento de um ônibus para o outro, alguns quase caíram num pequeno barranco no acostamento. Precisou de uma boa visão e destreza para se ver, naquela escuridão, onde se podia pisar, já que havia muito barro naquele lugar também.


Mas enfim, alocando todos no outro carro, muitos que estavam sentados tiveram que ficar em pé, causando mais furor na massa. O clima frio tinha esquentado repentinamente. Mas que nada, já passou quando se chegou no campus. Às 19h25 o pessoal já saltava do ônibus em direção aos seus devidos prédios, sem se preocupar com problemas no transporte público e a iminência de um acréscimo na passagem.


Se o aumento da passagem é justificado para colocarem água no radiador, eu não sei. Tomara que sim, para que imprevistos assim não aconteçam mais. Esses ajustes no transporte público deveriam se dar de acordo com o desejo dos usuários, que se resumo em chegarem rapidamente, irem sentados, e poderem ir da localidade X até a localidade Y pagando uma passagem só. Sem água no radiador, o recurso mais simples de um meio de transporte, em torno de 80 pessoas não chegam ao seu destino. Imaginem agora sem a voz dos usuários, como se pode chegar a algum melhoramento?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Catacultura: Cuba - Uma Experiência


Cintia Lima, ex-estudante da UFSM e estudante de medicina na prestigiada Escuela Latinoamericana de Medicina (ELAM) em Cuba relata sua experiência, fala sobre Cuba, sobre Educação e sobre Saúde no Catacultura de sexta-feira, dia 26, às 21h. Cintia foi estudante do CTISM e moradora do Bloco 32 da Casa do Estudante Universitário 2 (CEU 2).

Confirme presença e divulgue o evento no Facebook.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Transporte Público: sexta tem Audiência na Câmara de Vereadores


A Comissão Especial de Transporte Público da Câmara de Vereadores de Santa Maria, instalada por pressão da sociedade e em especial do Movimento Estudantil antes do aumento da tarifa para R$ 2,30 realiza a última da série de audiências públicas nesta sexta-feira, dia 26 de agosto, no Plenário da Câmaria de Vereadores, às 18h.

O DCE da UFSM levará para a audiência as demandas dos estudantes da UFSM, como mais horários nas linhas Tambo, Faixa Nova, T. Neves e Bombeiros, além de Faixa Nova nos finais de semana e Circular depois das 22h. Além do fim limite da meia passagem e de subsídios para estudantes que são estagiários em unidades de saúde e escolas do múnicipio. Nessa semana também serão divulgados os vencedores do Concurso Transporte Caótico.

A Comissão Especial de Transporte Público havia feito um pedido ao prefeito Cézar Schirmer para que não aumentasse o valor da tarifa sem antes os trabalhos estivessem concluídos, porém o prefeito desconsiderou o pedido. Fazem parte da Comissão a vereadora Helen Cabral (PT - presidente), o vereador Marion Mortari (PP - vice-presidente) e Isaias Romero (PMDB - 1º secretário).

Confime presença e ajude a divulgar a audiência no Facebook.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Nota de Esclarecimento sobre as Carteirinhas Estudantis do CESNORS

Esclarecemos que a gráfica responsável pela confecção deixou de fazer algumas dezenas de carteirinhas, alegando que houve um engano por parte deles. Várias carteirinhas vieram com erros de digitação, e até mesmo com cursos trocados, mesmo com o DCE tendo passado a correta relação. A gráfica também não estava encontrando a planilha com as fotos, para fazer as que não haviam sido confeccionadas.


O DCE informa que, tendo a gráfica finalmente encontrado a planilha com as fotos, vai fazer todas as carteirinhas que faltaram, com o prazo de validade maior do que as do semestre passado. No entanto, será necessário que todas os estudantes que não receberam a carteirinha, coloquem seus nomes em uma lista que será deixada junto com a secretária do CESNORS, nos dias 23 e 24 de agosto, tendo em vista que no semestre passado, poucas pessoas deixaram seu nome lá, dificultando nossos trabalhos.


Vale lembrar a todos os acadêmicos dos campi da UFSM de Frederico Westphalen e também de Palmeira das Missões, que o DCE não possui sede própria e os trabalhos acabam sendo dificultados, mas que mesmo assim, os representantes do DCE, tem se esforçado para o recolhimento de dados para as carteirinhas, se revezando durante a semana e perdendo várias aulas, em virtude de que o DCE não possui um secretário bolsista por aqui, para ficar a disposição dos estudantes. Atendendo a pedidos de diversos estudantes, reabrimos um dia a mais para fazer as carteirinhas.


A carteirinha do estudante é um direito conquistado pelo Movimento Estudantil há muito tempo, dessa forma o DCE UFSM gestão EM FRENTE, pede desculpas mais uma vez pelo ocorrido, estamos trabalhando para conseguir resolver tudo o mais breve possível.


As nossas lutas vão muito além do que a confecção das carteirinhas, e chamamos todos para acompanhar nossas ações e lutas, seja dentro dos conselhos superiores da universidade, seja nos espaços e fóruns de debate do movimento estudantil pelo Brasil. Lutamos por uma expansão da universidade com qualidade, políticas de assistência e permanência, democracia na universidade, transporte público de qualidade, além de muitas outras pautas.


O DCE organiza os estudantes conforme suas demandas e necessidades indo em busca do melhor para todos, mas ele só é realmente forte quando podemos contar com todos os estudantes que fazem parte da história da UFSM.

DCE UFSM gestão EM FRENTE: juntos por uma universidade cada dia melhor!


Convocatória Conselho de DAs - Agosto de 2011

União Nacional dos Estudantes

União Estadual dos Estudantes Livre – Dr. Juca

Universidade Federal de Santa Maria

Diretório Central dos Estudantes



Convocatória:


Conselho de Entidades de Base



É com grande satisfação que convocamos os Centros e Diretórios Acadêmicos e as Direções das Casas do Estudante da UFSM para o Conselho de Entidades de Base. A ser realizado no dia 25 de agosto, às 19h, no Auditório do DCE.


Pautas:


-Informes


- Conferência Municipal de Juventude


- Jornada de Lutas pela Assistência


- Audiência Transporte Público

e Concurso Transporte Caótico


- Greve



Att,


DCE UFSM

Gestão Em Frente

domingo, 21 de agosto de 2011

Nota sobre a greve

Desde o dia 6 de junho, Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) da UFSM estão em greve, assim como em outras universidades federais. No último dia 18, reunidos em Assembleia, os Docentes da UFSM deliberaram radicalizar a mobilização da categoria para uma possível greve. O DCE vem acompanhando as atividades que as entidades (ASSUFSM e SEDUFSM) vêm construindo.


Para nós, é importante salientar que a luta pela valorização e pelos direitos dos trabalhadores das universidades é legítima, caminha no mesmo sentido que a nossa luta por uma educação de qualidade e deve estar no conjunto de pautas que nos oriente para a construção de uma educação transformadora. Defendemos, assim como os TAEs, abertura de concurso público para substituição das terceirizações, reajuste salarial e também somos contra a desvinculação dos Hospitais Universitários das universidades.


Sem entrar no mérito da dificuldade de mobilização que todas as categorias passam, incluindo a estudantil, muitos setores da Universidade continuaram funcionando, o que diminuiu a força da greve, dificultando ter mais ganhos reais nesta luta. Por um lado temos setores diretamente ligados a necessidades dos estudantes afetados: como RU, Biblioteca e o Setor Psicossocial da PRAE; por outro, a maioria das coordenações de curso, dos departamentos e a Reitoria funcionam normalmente. Em nota oficial no dia 19, a Reitoria da UFSM comunicou que, por decisão judicial, serviços como o RU e a Biblioteca voltarão parcialmente.


O DCE da UFSM defende a integralidade da assistência estudantil (Bibliotecas, RUs, Casa do Estudante, bolsas) e que somente parando esses serviços não é suficiente para acumular forças e pressionar o Governo. Mas salientamos que a razão de existir a greve é da falta de diálogo e de propostas concretas do Governo Federal aos servidores. O fim ideal dessa luta é com o atendimento das pautas pelo governo, conquistadas com a mobilização e o apoio da comunidade universitária e da sociedade. Para isso, é necessária maior articulação entre as categorias, principalmente à construção de lutas em defesa da educação pública, como os 10% do PIB para a Educação, a discussão do modelo de educação, e defesa da assistência e permanência dos estudantes na Universidade, além de pautas gerais como saúde e transporte público.


Convocamos também os estudantes da UFSM a participar da Caminhada em Defesa da Saúde e Educação, que será realizada no dia 24, às 13h, com saída do trevo das Dores em direção ao Centro de Santa Maria.


DCE UFSM

Gestão Em Frente

sábado, 20 de agosto de 2011

A Problemática do CAFW



Durante o CEPE (Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão) desta sexta-feira (19/08), o DCE levou aos conselheiros e a comunidade acadêmica uma pauta que deixou os presentes indignados: as condições de moradia dos alojamentos do Colégio Agrícola de Frederico Westphalen (CAFW).

Durante a semana da calourada o DCE conversou com alguns internos do alojamento, e constatou diversos problemas, tanto de infraestrutura ( que já era de conhecimento de todos) como também de condições insalubres de moradia e repressão que os estudantes sofrem. Fatos curiosos chamam a atenção, como por exemplo, o relato de que um dos internos estava com muita dor na perna, e ao procurar os responsáveis, acabou apenas sendo medicado com paracetamol, quando após muita insistência, devido a dor insuportável foi conduzido ao atendimento médico e constatou-se que a perna estava quebrada. Detalhe: o CAFW tem a sua disposição um médico de plantão e enfermeira. Outra coisa que chama a atenção, é a repressão que os meninos sofrem por parte dos responsáveis e seguranças, afinal o dever desses funcionários é o de proteger e auxiliar os internos e não de dificultar as suas vidas.

A acadêmica de Serviço Social Cíntia Florence, representante do DCE no CEPE, leu para todos os conselheiros trechos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) mostrando vários pontos que não estavam sendo cumpridos pela administração do CAFW, como os mostrados logo abaixo:

"Art. 94 - As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre outras:

I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;

II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de

internação;

III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;

IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao

adolescente;

V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos

familiares;

Vl - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre

inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;

Vll - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,

salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;

VllI - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos

adolescentes atendidos;

IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;(lembra do caso do menino que quebrou a perna e o guarda o deu um paracetamol e somente horas depois que o menino foi levado ao hospital?)

X - propiciar escolarização e profissionalização;

Xl - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;

Xll - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas

crenças;

XlIl - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de 6 (seis) meses,

dando ciência dos resultados à autoridade competente;

XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;"



E vários outros artigos que não estavam sendo cumpridos. Entre as aplicações para quem não os cumpre estão:


"Art. 97 - São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:

I - às entidades governamentais:

a) advertência;

b) afastamento provisório de seus dirigentes;

c) afastamento definitivo de seus dirigentes;

d) fechamento de unidade ou interdição de programa;"


Vale ressaltar que nos três alojamentos do CAFW, estão internados cerca de 260 estudantes, que de certa forma ficam lá isolados, pois o campus de Frederico Westphalen da UFSM é afastado da cidade, e durante os finais de semana geralmente eles não possuem muito o que fazer, não tendo opções de cultura e lazer. É curioso que, ao terem 5% de faltas no semestre letivo, os internos perdem o direito ao internato, sendo que as aulas acontecem de forma integral.


Durante a explanação dos diversos problemas que o CAFW passa, os representantes do DCE distribuíram aos presentes no Conselho, fotos que relatam o estado insalubre dos alojamentos, além de uma montagem com o senhor Reitor. Nas fotos, podemos ver que nos quartos estão alojados cerca de 20 pessoas, com precário estado de infraestrutura e condições nada higiênicas dos banheiros.


O Reitor garantiu que vai cobrar explicações da administração do CAFW, e afirmou que já existe um projeto encaminhado para melhorar as condições, construindo uma nova moradia. Mas enquanto o projeto não sai do papel (já que esse projeto é histórico), o DCE não vai se calar, e vai exigir imediatamente que seja feito algo para dar plenas condições de estudo e vida a esses estudantes. DCE UFSM, a luta não para jamais!Seguimos EM FRENTE, como um DCE AUTÔNOMO e de LUTA!



Confira as fotos das condições dos alojamentos do CAFW apresentadas durante o CEPE:













Por Vinícius Jean Barth

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DCE pressiona reitoria durante o CEPE

Na manhã desta sexta-feira (19/08), ocorreu mais uma edição do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) na reitoria da UFSM. Além das ordens do dia, e das deliberações rotineiras que passam por esse importante conselho da universidade, os representantes do DCE usaram o espaço de comunicações do mesmo, para divulgar as atividades do movimento estudantil e fazer vários alertas e denúncias de indignação referentes a falta de um efetivo programa de assistência estudantil nos novos campi da UFSM.

Iniciou-se com os repasses referentes a semana da calourada promovida pelo DCE e pela diretoria da CEU II, como contraponto ao trote convencional, apresentando aos calouros seus direitos e deveres como acadêmicos, além de levantar diversos debates. Também foi colocado a participação do DCE nas calouradas em Frederico Westphalen, Palmeira das Missões e Silveira Martins. O DCE anunciou que representantes da FEAB (Federação dos estudantes de Agronomia do Brasil) dos dois campi onde há o curso na UFSM assumiram no CONEA ( Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia) a coordenação nacional da executivo do curso no movimento estudantil, assim como representantes da ABEEF (Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal) também de dois campi, assumiram em seu congresso a coordenação regional da executiva.

No entanto, o ponto alto dos informes foi referente a assistência estudantil nos campi da UFSM. O DCE mais uma vez colocou o problema da meia-passagem na cidade de Frederico Westphalen, que deve ser um direito de todos os estudantes e exigiu uma postura mais rígida da reitoria em relação a administração municipal da cidade. No entanto, depois de muito tempo e várias reclamações, finalmente os estudantes de Frederico Westphalen que possuem o BSE (benefício sócio-econômico) terão direito a 1 passagem gratuita por dia, depositada semestralmente mediante cadastro que sairá em breve.

Quanto a questão da casa do estudante nos campi de Palmeira e Frederico, o DCE deixou claro que não vai compactuar com o regime de segregação que será imposto para eliminar pessoas que também possuem direito a morar na casa, colocando assim apenas os 36 em cada campi que possuem menor renda. Entendemos que a assistência estudantil deve ser garantida a todos que têm esse direito, e propomos a criação de uma comissão que estude uma maneira imediata e alternativa de estar suprindo temporariamente essa demanda por assistência, fazendo assim que os objetivos de expansão das universidades públicas se cumpram, garantindo o acesso digno a todas as classes da sociedade, que historicamente ficaram a margem do ensino superior público e de qualidade.

DCE UFSM, autônomo e de luta!Por uma Universidade Pública, Democrática e Popular seguimos EM FRENTE!

Por Vinícius Jean Barth, Acadêmico de Engenharia Florestal da UFSM/FW

Catacultura: VIII Sarau das Letras




Bem vindo
às catacumbas
aqui
jazem
os poetas
em suas tumbas
não dizem o que
fazem
no fim do
mundo
nenhum sol
nenhuma fresta
que lindo
nem um só
resta
ninguém mais
perturba
o barulho da festa

O Diretório Acadêmico de Letras (DAL) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSM convidam todos para o VII Sarau das Letras. Hoje, às 21h, na catacumba da Boate do DCE. O Sarau faz parte da programação do Catacultura, espaço criado em 2011 pelo DCE.

Veja também a divulgação do evento no Facebook: http://www.facebook.com/event.php?eid=218371641549072

Mais em:
Twitter do DAL
Blog do DAL
Twitter do DCE
Facebook do DCE


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Conheça o Projeto de Lei que congela em dez anos o salário dos servidores federais

Uma das principais pautas de reivindicação do movimento grevista nas IFES (Instituições Federais de Ensino Superior), seja de Técnicos Administrativos em Educação ou de docentes, é a não aprovação do Projeto de Lei Complementar 549/2009 que congela por dez anos os salários dos servidores federais. O Projeto de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR) é uma complementação a LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Ao acrescentar o artigo 72-A à Lei de Responsabilidade Fiscal, lê se: "A partir do exercício financeiro de 2010 e até o término do exercício de 2019, a despesa com pessoal e encargos sociais da União, para cada Poder e órgãos referidos no art. 20, não poderá exceder, em valores absolutos, ao valor liquidado no ano anterior, corrigido pela variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ou o que venha a substituí-lo, verificado no período de 12 (doze) meses encerrado no mês de março do ano imediatamente anterior, acrescido de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) ou da taxa de crescimento do PIB, o que for menor". Na prática, este artigo proíbe reajustes de salário acima da inflação (aumento real) até o final de 2019.

Após passar pelo Senado Federal, o Projeto foi enviado a Câmara dos Deputados, em que três comissões foram responsáveis pela análise. Em uma delas (Constituição e Justiça), ainda não há parecer e nem relator nomeado. A Comissão de Trabalho, Adminitração e Serviço Público rejeitou o projeto, após parecer do deputado Luiz Carlos Busato (PTB-RS, atualmente Secretário de Obras do Governo Tarso Genro), que pedia a rejeição. Na Comissão de Finaças e Tributação foi nomeada relatora a então deputada Luciana Genro (PSOL-RS), que igualmente pediu a rejeição do projeto, mas o parecer não teve tempo de ser votado na legislatura passada, sendo nomeado relator na Comissão em 2011 o deputado Pepe Vargas (PT-RS), que ainda não apresentou parecer.


Quem é Romero Jucá
Governador do então Terrotório Federal de Roraima nomeado pelo então presidente José Sarney em 1988. Foi presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio) no governo Sarney, foi diretor da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e Secretário Nacional de Habitação no governo Fernando Collor, e vice-líder no Senado do governo Fernando Henrique, quando Jucá ainda era filiado ao PSDB. Com a eleição de Lula em 2002, Jucá sai do PSDB e vai para o PMDB, partido do qual é presidente estadual em Roraima. No governo Lula, Jucá foi ministro da Previdência Social e líder do governo no Senado. No governo Dilma, Romero Jucá segue como líder no Senado Federal.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cachoeira do Sul comemora expansão da UFSM para o município



Confira a nota da Reitoria da UFSM em relação ao anúnio da expansão de Cachoeira do SIL

Texto de Daniel Cassol e foto de Muà Souza, para o
Sul 21


O governo federal deve confirmar no próximo dia 16 a expansão da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para o município de Cachoeira do Sul, na região central do Rio Grande do Sul. Autoridades locais foram convidadas para uma cerimônia com a presidenta Dilma Rousseff na próxima terça-feira, às 11h, em Brasíila. Em Cachoeira, o clima é de festa pela conquista que vem sendo perseguida há cerca de dois anos.

A informação chegou a Cachoeira do Sul depois que o prefeito Sergio Ghignatti (PMDB) e a vereadora Mariana Carlos (PT) receberam convites para a solenidade, na próxima semana, na qual o governo federal vai anunciar a expansão de institutos e universidades federais. Segundo a Rádio Fandango, a cidade festejou o anúncio até mesmo com um foguetório na praça central.

A assessoria de imprensa do Ministério da Educação não deu detalhes do anúncio, que apresentará uma segunda fase do processo de expansão da rede de universidades e institutos federais tecnológicos, além da criação de novas unidades em todo o Brasil. A UFSM já conta com dois campi avançados em Frederico Westphalen e Palmeira das Missões, na região norte do Rio Grande do Sul.

“Depois da autorização da expansão pelo governo, há um segundo passo que é garantir a aprovação pelo Conselho Universitário da UFSM”, afirma a vereadora petista. Caberá à universidade decidir se cria, em Cachoeira, os cursos de licenciatura em Matemática e Física e de bacharelado em Ciência e Tecnologia.

Inicialmente, a UFSM funcionaria em uma escola que seria alugada em Cachoeira, até a construção de um prédio próprio em um terreno cedido pela prefeitura. A confirmação da expansão coroa um movimento que começou com lideranças políticas e empresariais do município, há cerca de dois anos, e se intensificou nos últimos meses com manifestações de estudantes.

“A proposta da UFSM é um dos projetos educacionais mais importantes do Sul do Brasil. Só em Cachoeira do Sul terá um curso de Ciência e Tecnologia, o que vai impulsionar o desenvolvimento da região”, comemora Mariana.


domingo, 14 de agosto de 2011

Vontade, Realidade e Política

Vontade, Realidade e Política. A oportunidade de pautar as contradições entre as classes sociais através da Política de Cotas e expansão do Ensino Superior

Por Ivan Siqueira Barreto*


No segundo semestre de 2008, foi aprovado o Programa de Ações Afirmativas da UFS (Paaf). A votação, que ocorreu no CONEPE, contou com apenas dois votos contrários. O programa foi inaugurado no vestibular 2010, prevendo 50% das vagas para estudantes de escolas públicas. Dessa parcela, 70% foram destinadas a estudantes negros, pardos e índios.

O programa durará 10 anos, mas após os primeiros cinco anos será feita uma avaliação que contará com uma comissão de monitoramento. Naquele momento de calmaria política, o fato não gerou grandes polêmicas, como ocorrera em outras universidades. Com exceção de alguns ciclos de debates de grupos de estudos e do Movimento Estudantil. Na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), por exemplo, o tema gerou enormes tensões na sociedade, inclusive fazendo brotar manifestações neonazistas dentro e fora da Universidade. Porém, no ano da entrada das primeiras turmas de cotistas, foram colhidas as primeiras manifestações sociais que demonstraram as raízes da burguesia brasileira e inclusive o seu poder de reação frente ao jogo político de medição de força

Desde a ditadura militar a direita organizada não adentrava os muros das Universidades Públicas que, apesar de elitistas, mantinham os principais focos do pensamento progressista e de esquerda. Mas em 2010 uma parcela importante dos representantes das escolas particulares do estado de Sergipe canalizou um movimento ofensivo de deslegitimação do Paaf, taxando-o de injusto, inconstitucional, separatista e outros argumentos que, como sempre faz a burguesia, maquiam os reais interesses político-econômicos da sua classe.

O estopim dessa investida surgiu quando um grupo de vestibulandos do curso de Medicina, junto com seus advogados, acionou a justiça alegando que pontuaram tão quanto os cotistas. Os ditos injustiçados fizeram um ato expressivo na Reitoria, junto com seus aliados da imprensa e meia dúzia de donos de escolas particulares.Nesta ocasião, não houve nenhuma manifestação do movimento estudantil, negro, secundarista, docente, dos servidores e partidos de esquerda em geral. Uma parte não se movimentou porque há tempos se institucionalizou de tal forma que as lutas sociais não são mais do que pano de fundo para porta retratos, outra parte também não se movimentou porque faz oposição sistemática à reitoria/Governo e, por essa razão, preferem pedir licença da luta de classes a ter que dividir a fotografia. De tanto lutarmos pela grande-estrutura, desprevenimos para o vizinho ao lado.

A História do Brasil não esconde que o caminhar da nossa burguesia sempre conservou características concentradoras e dependentes. Não por acaso estivemos atrás inclusive das colônias contemporâneas da América Espanhola no que diz respeito ao ensino. Nossa burguesia nunca tolerou mártires populares, reformas estruturantes, ciclos democráticos e perda de qualquer migalha de poder.Hoje temos, segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), 8,72% de estudantes negros no ensino superior. Apesar de pouco, houve um crescimento equivalente a 47,7% com relação aos números de 2003, que eram inferiores a 6%. No Brasil, temos hoje 50 milhões de jovens (entre 15 e 29 anos) e destes apenas 13% têm acesso ao ensino superior (entre 18 e 24 anos).

Os mesmos setores que contestam as cotas dizem propor algo melhor. Que os negros e negras aguardem (em suas palafitas) um melhora no ensino básico para que no futuro entrem. Uma piada, de boa “índole”, nunca é demais!

A nossa vontade é instaurar uma educação para a classe trabalhadora, ou o que chamamos de Universidade Popular. Porém, este projeto, acertado, pode ativar alguns erros políticos. O mais recorrente é o de idealizar esta universidade nas condições atuais, valorizando demasiadamente as metodologias participativas. Outro é o de praticar um idealismo de esquerda, ou seja, não conseguir influenciar o momento atual sobre pautas e momentos contraditórios alegando que tais reformas são “melhorismos” do capital e que nesse caso a esquerda deve se afastar da "lama" do FMI e se abster da política.

É óbvia a afirmação que a educação dos/para os trabalhadores só se tornará hegemônica quando a classe trabalhadora tomar o poder. Mas, enquanto isso não ocorre, a esquerda terá que percorrer momentos contraditórios de acúmulo de forças por dentro do capitalismo. Não é demais lembrar que o famoso Maio de 68 Francês se deu num momento de articulação de reformas no pós-guerra europeu, que realizou uma ampla expansão do ensino, chegando, em alguns casos, a haver saltos de 5 mil para 40 mil matrículas numa só universidade. Esta expansão possibilitou objetivamente uma alteração na composição política daquela época. A burguesia brasileira, que não tolera alterações maiores que 2% nas suas margens de concentração, já está assimilando os reflexos da política de cotas. Está havendo uma leve, mas real, fixação no ensino médio e fundamental público. Ou seja, a atenção que antes era quase nula com relação ao ensino público básico foi alterada. Isto interfere no ramo das escolas e cursinhos particulares e ainda coloca em cena a POSSIBILIDADE de rediscutir a educação básica.

Lutar por ampliação das vagas não é lutar pela precarização, pois a universidade que sempre serviu às classes dominantes não ofereceu e nem oferece nada para a classe trabalhadora. Este mote dialoga muito mais com a pequena burguesia, que por essência é antipopular, do que com a ideia desenvolvida de Universidade Popular. Aliás, a ideia de Universidade Popular, construída no Peru no início do séc XX, materializava-se em pautas como autonomia (contra o modelo colonial), bolsas para estudantes pobres, paridade nos conselhos, concursos e livre docência, inclusive recebendo a contribuição do grande teórico revolucionário e “Pai” do Marxismo latino-americano, José Carlos Mariátegui (docente).A expansão e a política de cotas, que estão envolvidas no processo econômico do capitalismo, colocam a possibilidade não de depositarmos nossas expectativas pragmáticas nessas CONQUISTAS, mas de escolher se é melhor que a contradição de cor e classe se mantenha fora ou dentro dos muros das universidades públicas, pois a alternativa colocada é essa. O que definirá um período mais avançado das lutas nesse terreno é o quanto conseguiremos avançar na organização dos estudantes em torno das pautas que devem orientar a construção da esperada Universidade Popular.

Cavar um vácuo entre a possibilidade real de diálogo com as massas é negar a política, por isso vontade sem realidade só cabe em mesa bar e Twitter.De antemão, queremos a expansão. Nessa conjuntura as alternativas reais estão entre o médio e o pior. Dessa forma, a luta para ampliação das políticas estudantis de assistência, permanência e qualidade, entoará questões demasiadamente profundas na sociedade e assim poderá dar chances para que a proposta da esquerda encontre “brecha” histórica para ser apresentada. Não é esquematismo, é aposta na realidade, ou na política!

*Militante do Levante Popular da Juventude e da Consulta Popular/SE.

Agosto de 2011