Segundo a Polícia, após uma discussão, o namorado agrediu Silvana com um pedaço de madeira, na cabeça.A vítima caiu desacordada e o próprio namorado chamou a polícia. Ele fugiu em seguida, em um veículo Palio prata. Silvana foi encaminhada ao Pronto-Socorro de Cuiabá mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O namorado está sendo procurado pelo homicídio."(http://www.cenariomt.com.br/noticia.asp?cod=150070&codDep=3)
O Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) da Brigada Militar (BM) identificou, neste domingo, a jovem estrangulada na avenida Mallmann Filho, bairro Nova Santa Marta, em Santa Maria, na região Central do Estado. Mercedes da Costa Martins, de 20 anos, foi encontrada morta, por volta das 7h, em uma área verde.
Mercedes estava sem documentos. Ela tinha sinais de violência sexual, estava com as calças abaixadas e com as roupas rasgadas. A Delegacia da Mulher do município vai apurar o caso. (http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=359754)
Essas são algumas notícias presentes diariamente nos jornais e na TV. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que mais de 70% das mulheres em todo o mundo sofrem algum tipo de violência de gênero ao longo da vida. A estimativa é que uma em cada cinco mulheres seja vítima de estupro ou de tentativa de estupro. Mulheres com idade entre 15 e 44 anos apresentam maior risco de sofrer violência sexual e doméstica do que de serem vítimas de câncer, acidentes de carro ou malária.
25 de novembro é o Dia Internacional de Combate à Vilência contra as Mulheres. É um dia para manifestarmos nosso luto diante do feminicídio. É também, entretanto, um dia para denunciarmos essas agressões e fortalecermos nossa luta contra o machismo.
A violência contra as mulheres tem sua origem no sistema patriarcal. O fato de um homem agredir fisica ou verbalmente uma mulher, estuprá-la e até mesmo matá-la expressam uma noção que impõe uma necessidade de controle, apropriação e exploração do corpo, vida e sexualidade das mulheres. A desigualdade de gênero deve ser fortemente combatida em todos os âmbitos da sociedade. As medidas punitivas são necessárias, porém, não dão conta de combater a violência contra as mulheres. É necessário que haja transformações estruturais da sociedade. O capitalismo é essencialmente mantido pelas desigualdades e toda opressão, cada uma com suas peculiaridades, tem a função primordial de reproduzir e naturalizar as desigualdades sociais.
A universidade, por estar inserida na nossa sociedade e nela cumprir um papel, reproduz seus valores. Portanto, a luta contra o machismo é necessária também dentro da UFSM. Devemos denunciar e combater toda forma de diferenciação sexista, seja em sala de aula, PETs, grupos de pesquisa, etc, como em espaços de decisão, como conselhos, colegiados e movimento estudantil. Devemos defender a paridade de gênero e exigir medidas que coibam o preconceito contra as mulheres nesses espaços. Estudos de gênero são necessários e, para isso, é necessário que haja o direcionamento de recursos para a pesquisa e extensão em gênero. Acompanhamento psicológico às estudantes, professoras e funionárias que enfrentam a violência doméstica é necessário. Medidas de conscientização dos homens são necessárias. para combater a violência contra as mulheres, é necessário combater o machismo.
O combate à violência contra as mulheres é uma responsabilidade do Estado e nosso papel é cobrar do Estado as medidas necessárias para tal. É também responsabilidade de cada uma e cada um combater qualquer forma de opressão em nossas organizações e nosso cotidiano. Por isso, 25 de novembro é um dia para guardar luto por tantas mulheres vítimas do machismo e também uma dia para reafirmar a luta por uma sociedade livre de opressão e exploração.
"Diante de nós temos, não uma fêmea, nem uma sombra do homem, mas sim uma mulher-individualidade."
Alexandra Kollontai
Fontes:
http://www.sof.org.br/publica/MMM_Internacional_violencia.pdf
http://machismomata.wordpress.com/
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-11-25/campanha-pelo-fim-da-violencia-contra-mulher-comeca-hoje-em-mais-de-160-paises