Gapin e lideranças Kaigang pediram apoio para pressionar autoridades a garantir direitos - Foto: Fritz Nunes/AI Sedufsm
A SEDUFSM, acompanhada de diretores da ASSUFSM e do DCE, recebeu na quinta, 9, uma visita do Grupo de Apoio a Povos Indígenas (Gapin) e, na sexta, 10, também de lideranças da etnia Kaigang, que buscam apoio a uma série de reivindicações. Atualmente, conforme os indígenas, seis famílias estão vivendo debaixo de lonas num terreno de cinco hectares na rua João Batista da Cruz Jobim, esquina com a Pedro Santini, nas proximidades da estação Rodoviária. Também enfrentam situação precária indígenas da etnia Guarani que vivem no acampamento do Arenal.
O local em que estão acampadas as famílias Kaigang é provisório, até que seja estipulada uma área definitiva, cuja negociação passa pelos poderes públicos federal, estadual e municipal. Contudo, mesmo que o local seja transitório, o Ministério Público Federal (MPF), em seu papel de mediador, informou aos membros do Gapin e das lideranças indígenas que o poder público deveria garantir uma infraestrutura mínima, como é o caso da ligação de água, energia elétrica e a instalação de banheiros químicos. Entretanto, passados vários meses, nem essa condição mínima foi suprida.
Conforme dois dos membros do Gapin, Matias Rempel e Joana D’arc Rocha, a situação tem se agravado em função das condições climáticas que afetam duramente o local do acampamento indígena. Tanto o Gapin como lideranças dos Kaigangs e dos Guaranis, estudam a possibilidade de realização de uma manifestação cobrando responsabilidade das autoridades no cumprimento dos direitos dos povos índios.
Morte por pneumonia
Um clima de indignação tomou conta dos apoiadores dos direitos indígenas no último domingo, 12, quando morreu no Hospital Universitário de Santa Maria, o recém-nascido, filho do pajé Mbyá Guarani, Marcelo Martins, acampado na região do Arenal. A mãe, Suzana Benites, afetada pela pneumonia, deu à luz ao bebê no início da noite de quinta-feira, em uma barraca do acampamento. A criança, afetada pela doença da mãe, acabou sendo internada no sábado, 11, quando não resistiu à gravidade da doença e faleceu. Segundo o Gapin, o parto foi precoce e provocado pela tosse e a febre da mãe que estava com pneumonia.
Para o Grupo de Apoio, mesmo após a realização de uma Assembleia Popular Indígena, no dia 12 de maio, em que os órgãos públicos se comprometeram com o MPF a atender demandas emergenciais dessas comunidades, passado mais de um mês, nada foi feito para melhorar a situação dos indígenas. O Gapin também considera lenta a cobrança das autoridades, que deveria ser feita com mais ênfase pelo MPF.
A reunião na SEDUFSM teve a participação dos professores Julio Quevedo dos Santos (vice-presidente da SEDUFSM), da professora Carmem Gavioli, primeira secretária do sindicato docente, e mais da coordenadora-geral da ASSUFSM, Loiva Chansis e de dois representantes do DCE, Leonardo Soares e Antonio Flech.