quarta-feira, 13 de julho de 2011

Indígenas e entidades realizam ato e entregam carta de reivindicações ao poder público


Manifestação em frente à prefeitura de Santa Maria - Foto: Fritz Nunes/Assessorida de Imprensa SEDUFSM


Do Site da SEDUFSM (Adaptado)

A matança dos indígenas hoje se dá através do papel. A frase é de Santiago Franco, uma das lideranças indígenas da tribo Guarani, que se manifestou na tarde desta terça, na praça Saldanha Marinho, em Santa Maria, durante o ato público no “Dia da Visibilidade Indígena”. Ele se referia ao fato de que, nos dias atuais, projetos políticos colocam em cena grandes obras, grandes construções, sem levar em conta o impacto físico, ambiental e cultural que isso causa a esses povos.

O Dia da Visibilidade Indígena contou com a presença de cerca de uma centena de índios vindos de vários acampamentos do Rio Grande do Sul e cujo objetivo era se solidarizar com as famílias de Kaigang que estão vivendo próximas à rodoviária de Santa Maria, e, com as famílias de índios Guarani, que acampam há várias décadas na região do Arenal, na beira da estrada que liga Santa Maria a São Sepé.


Após alguns discursos em apoio às reivindicações dos povos indígenas, uma marcha foi efetuada até em frente do prédio da Prefeitura de Santa Maria. Lideranças indígenas, estudantes, sindicalistas, membros do Grupo de Apoio aos Povos indígenas (Gapin), foram recebidos na porta de entrada do prédio pela chefe de gabinete do prefeito, Magali Marques da Rocha. Foi entregue a ela um documento em que eram reiteradas as deliberações da 1ª Assembleia Popular Indígena, ocorrida no dia 12 de maio, e que contou com a participação de representantes das três esferas de governo.

A chefe de gabinete do prefeito Cezar Schirmer (PMDB) ouviu todas as ponderações de inconformidade dos que estavam presentes e chegou a dizer que é possível construir uma proposta de todos irem a Brasília para tentar buscar recursos para solucionar a questão dos indígenas, que se encontram sem água, sem luz e sujeitos às intempéries. Há pouco mais de um mês, um recém nascido morreu de pneumonia em função das precárias condições no acampamento Guarani no Arenal.

O Dia da Visibilidade Indígena foi organizado pelo Grupo de Apoio aos Povos Indígenas (Gapin), pelo Sindicato dos Servidores da UFSM (ASSUFSM), pelo CAIK (Conselho de Articulação Indígena Kaigang) e pelo CAPG (Conselho de Articulação do Povo Guarani). Entidades como a SEDUFSM, o DCE da UFSM e da Unifra, coletivos organizados do Movimento Estudantil, partidos políticos parlamentares e juventudes partidárias apoiaram o Ato.

Além das manifestações políticas, a praça Saldanha Marinho também recebeu bancas de artesanato produzido pelos índios e painéis com fotos sobre o cotidiano dessas populações. A exposição fotográfica itinerante foi chamada de 1ª Mostra Fotográfica Ignácio Arahuhy, em homenagem á primeira liderança indígena Guarani da região de Santa Maria.

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