Nesta quinta-feira (11-08) o DCE e representantes dos diretórios acadêmicos de agronomia, engenharia florestal, engenharia ambiental, jornalismo, relações públicas e sistemas para internet da UFSM Frederico Westphalen estiveram reunidos com o diretor do CESNORS, Genésio Mario da Rosa, afim de esclarecimentos por parte da direção a respeito dos diversos problemas encontrados no campus dessa cidade.
Quando questionado sobre a questão da casa do estudante, que tanto já gerou polêmica entre acadêmicos e professores, o diretor colocou que a casa não está ocupada ainda, porque ocorreu um problema com os pisos que serão substituídos por pisos do tipo “tabuão”. Outro problema que ocorre é a falta do patrimônio interno da casa do estudante (cama, chuveiro, roupeiro, etc) que apesar de licitados e empenhados, ainda não vieram. O diretor ainda coloca que a única responsável pela casa do estudante é a PRAE (Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis). O estranho é que a PRAE dificilmente dá as caras por aqui e deixa muito a desejar, fato que comprova isso, foi o que ocorreu no semestre passado, quando somente em maio a PRAE repassou a informação para o CESNORS de que o teto da carência havia subido para 750 reais e não mais 500, uma vitória da gestão AVANTE, da qual o DCE gestão EM FRENTE é sucessora.
Sobre o número de vagas na casa e o número de beneficiários da assistência estudantil, o diretor colocou que será feito uma seleção com critérios definidos pela PRAE, a fim de limitar o direito dos estudantes que possuem o BSE (Benefício Sócio-Econômico), que por lei têm direito a moradia estudantil. Assim, através do que podemos chamar de “ranking pobreza”, haverá uma segregação entre os estudantes, não trazendo a inclusão social que as políticas educacionais que criaram e expandiram as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) objetivam, onde todas as classes sociais tenham acesso ao ensino superior público e de qualidade. Quanto à ampliação imediata da casa do estudante, o Professor Genésio coloca que não há verba para ampliar a mesma, no entanto há projetos encaminhados com deputados estaduais e federais. E os recursos destinados através do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) do governo federal que são repassados as IFES, onde eles estão sendo aplicados em nossa instituição?
Quanto à questão da infraestrutura interna, o diretor coloca que é papel da administração municipal, se responsabilizar por isso, uma vez que da mesma forma que a universidade proporciona inúmeros benefícios e fatores de desenvolvimento no município em que está localizada, é dever do poder público municipal fazer as obras necessárias para o progresso e vitalidade da instituição, como na construção de vias de acesso, iluminação, etc. Entretanto, não é isso que vemos.
A administração do CESNORS foi a Brasília para captar recursos para o calçamento tanto para Frederico Westphalen, quanto para Palmeira das Missões. O ministério liberou 100 mil reais para Frederico Westphalen e nada para Palmeira das Missões. As obras deveriam ter iniciado em 4 de abril deste ano e concluídas até o dia 4 de setembro próximo, mas a realidade é outra. As obras foram iniciadas no fim do primeiro semestre letivo, e logo foram interrompidas. A explicação é que a liberação de verba depende do financiamento da CAIXA, que libera conforme o avanço da obra, bem como a liberação de verba da prefeitura para que as obras continuem, porém o que se tem é uma resistência por parte da mesma, como colocado pelo diretor de centro Genésio. A prefeitura também não se encarregou de garantir a iluminação do campus da maneira como deveria, o que agora foi conseguido por parte da universidade, onde em breve ocorrerá a instalação de cerca de 40 postes de iluminação.
Quanto à licitação dos bares da universidade, o repasse que temos é de que a licitação terminou e será aberta outra em breve, enquanto isso, o bar do CAFW ficará fechado e o bar da universidade teve o prazo da atual licitação estendido por 60 dias.O DCE vai ficar de olho nessa licitação, para que de fato, garanta um atendimento justo e de qualidade aos estudantes.
Por fim, o diretor ao ser questionado sobre a votação do novo regimento do CESNORS que foi para votação no Conselho de Centro, disse que está sendo adiado justamente por causa da greve. Entre as principais mudanças, estão a inclusão de 6 cursos que vieram do REUNI e a inclusão do setor de patrimônio.
Apesar de toda a conjuntura nacional quanto às políticas de expansão das IFES, dos problemas e dificuldades encontrados tanto por alunos quanto professores, o que se vê é que em Frederico Westphalen, assim como em Palmeira das Missões, os problemas são muitos e poucos são aqueles que se responsabilizam pelos mesmos. Mas o DCE não vendará os olhos para estas situações, afinal “quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem” (Rosa Luxemburgo).
Por Vinícius Barth, estudante de Engenharia Florestal UFSM – campus Frederico Westphalen
Colaboração de Cíntia Florence, estudante de Serviço Social UFSM – campus Santa Maria