
Mais informações em: http://juventuders.wordpress.com/
A (FALTA DA) GOTA D’ÁGUA
A primeira semana de maio
Nessa altura do ano, a partir das 19 horas já é noite. Mas foi no entardecer que a história começou. Às 18 horas e 30 minutos, na primeira parada da linha 196A – Universidade (na rua Vale Machado), além de mim, mais algumas pessoas aguardavam impacientes, esfregando as mãos ou tremendo as pernas. Todos esperando o trambolho laranja e branco que iria levar alguns dessas pessoas às aulas na gélida segunda-feira, que começavam provavelmente às 19 horas. Naquela hora, provavelmente o ônibus iria lotado, pois a frequência é menor em relação ao turno da manhã e os cursos noturnos aumentaram devido ao REUNI, o que significa mais passageiros. Contudo, isso tinha o seu lado bom. Quanto mais gente no ônibus, mais calor humano, e, consequentemente, aquela segunda-feira seria menos fria. Pelo menos no trajeto.
Nesse horário, das 18h30, o centro torna-se caótico, já que muita gente está saindo do trabalho ou buscando filhos nas escolas, o que também ajuda no atraso para se chegar à universidade. Mas a boa notícia daquele dia veio às 18h35: um carro da linha 196ª – Universidade / Faixa Nova. Todos na parada sabiam o que isso queria dizer: a viagem seria mais rápida, pois há menos fluxo de trânsito e terminais por esse trajeto.
Os passageiros daquele transporte público eram predominantemente estudantes, e faziam jus aos universitários: tinha de todos os tipos. Uns bem novos, provavelmente recém saídos do colégio; outros mais experientes, que saíram do trabalho para ir na aula; aqueles compenetrados revisando livros xerocados para, quiçá, uma prova que esfriaria mais aquele dia; amigas tagarelas que passariam a viagem inteira conversando e fofocando; outros mais relaxados, admitindo pro colega que não haviam estudado; uns muito bem arrumados; e aqueles desligados do mundo pelos seus fones de ouvido. O que tinham em comum era a vontade de chegar logo no campus.
No meio daquele barulho de motor, burburinho de conversas e da música baixinha no rádio do ônibus, não houve mais movimento. O dueto do motor com os frios cessou. Foi logo em seguida do complexo Dalla Favera, num local meio desabitado. O burburinho se intensificou. Da janela, via-se apenas postes de luzes distantes. O motorista tentou arrancar mais algumas vezes. Todas sem sucesso. As pessoas se olhavam, umas apavoradas. Um rapaz jogou raivosamente suas anotações no seu colo.
- Alguém vai dar um explicação? – gritou uma passageira
Não obteve resposta de ninguém, pois o cobrador logo saiu para parar um outro carro que levaria a tropa de universitários às aulas e o motorista ignorou. Contudo, a resposta veio logo em seguida num telefonema do motorista com alguém provavelmente da empresa:
- Acabou a água do radiador, vamos esperar outro carro – disse ele no telefone.
A cara de insatisfação foi geral. Foi a gota d’água o radiador estar sem água naquele frio e no escuro.
- Ah! Então é pra isso que a passagem vai aumentar pra R$ 2,30! Vão colocar água no radiador!! – bradou uma passageira indignada.
Minutos depois, chegou outro ônibus da mesma linha. Não foi tão rápido assim, pois naquela hora é mais difícil achar um que faça o trajeto pela Faixa Nova. No deslocamento de um ônibus para o outro, alguns quase caíram num pequeno barranco no acostamento. Precisou de uma boa visão e destreza para se ver, naquela escuridão, onde se podia pisar, já que havia muito barro naquele lugar também.
Mas enfim, alocando todos no outro carro, muitos que estavam sentados tiveram que ficar em pé, causando mais furor na massa. O clima frio tinha esquentado repentinamente. Mas que nada, já passou quando se chegou no campus. Às 19h25 o pessoal já saltava do ônibus em direção aos seus devidos prédios, sem se preocupar com problemas no transporte público e a iminência de um acréscimo na passagem.
Se o aumento da passagem é justificado para colocarem água no radiador, eu não sei. Tomara que sim, para que imprevistos assim não aconteçam mais. Esses ajustes no transporte público deveriam se dar de acordo com o desejo dos usuários, que se resumo em chegarem rapidamente, irem sentados, e poderem ir da localidade X até a localidade Y pagando uma passagem só. Sem água no radiador, o recurso mais simples de um meio de transporte, em torno de 80 pessoas não chegam ao seu destino. Imaginem agora sem a voz dos usuários, como se pode chegar a algum melhoramento?
União Nacional dos Estudantes
União Estadual dos Estudantes Livre – Dr. Juca
Universidade Federal de Santa Maria
Diretório Central dos Estudantes
Convocatória:
Conselho de Entidades de Base
É com grande satisfação que convocamos os Centros e Diretórios Acadêmicos e as Direções das Casas do Estudante da UFSM para o Conselho de Entidades de Base. A ser realizado no dia 25 de agosto, às 19h, no Auditório do DCE.
Pautas:
-Informes
- Conferência Municipal de Juventude
- Jornada de Lutas pela Assistência
- Audiência Transporte Público
e Concurso Transporte Caótico
- Greve
Att,
DCE UFSM
Gestão Em Frente
Desde o dia 6 de junho, Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) da UFSM estão em greve, assim como em outras universidades federais. No último dia 18, reunidos em Assembleia, os Docentes da UFSM deliberaram radicalizar a mobilização da categoria para uma possível greve. O DCE vem acompanhando as atividades que as entidades (ASSUFSM e SEDUFSM) vêm construindo.
Para nós, é importante salientar que a luta pela valorização e pelos direitos dos trabalhadores das universidades é legítima, caminha no mesmo sentido que a nossa luta por uma educação de qualidade e deve estar no conjunto de pautas que nos oriente para a construção de uma educação transformadora. Defendemos, assim como os TAEs, abertura de concurso público para substituição das terceirizações, reajuste salarial e também somos contra a desvinculação dos Hospitais Universitários das universidades.
Sem entrar no mérito da dificuldade de mobilização que todas as categorias passam, incluindo a estudantil, muitos setores da Universidade continuaram funcionando, o que diminuiu a força da greve, dificultando ter mais ganhos reais nesta luta. Por um lado temos setores diretamente ligados a necessidades dos estudantes afetados: como RU, Biblioteca e o Setor Psicossocial da PRAE; por outro, a maioria das coordenações de curso, dos departamentos e a Reitoria funcionam normalmente. Em nota oficial no dia 19, a Reitoria da UFSM comunicou que, por decisão judicial, serviços como o RU e a Biblioteca voltarão parcialmente.
O DCE da UFSM defende a integralidade da assistência estudantil (Bibliotecas, RUs, Casa do Estudante, bolsas) e que somente parando esses serviços não é suficiente para acumular forças e pressionar o Governo. Mas salientamos que a razão de existir a greve é da falta de diálogo e de propostas concretas do Governo Federal aos servidores. O fim ideal dessa luta é com o atendimento das pautas pelo governo, conquistadas com a mobilização e o apoio da comunidade universitária e da sociedade. Para isso, é necessária maior articulação entre as categorias, principalmente à construção de lutas em defesa da educação pública, como os 10% do PIB para a Educação, a discussão do modelo de educação, e defesa da assistência e permanência dos estudantes na Universidade, além de pautas gerais como saúde e transporte público.
Convocamos também os estudantes da UFSM a participar da Caminhada em Defesa da Saúde e Educação, que será realizada no dia 24, às 13h, com saída do trevo das Dores em direção ao Centro de Santa Maria.
DCE UFSM
Gestão Em Frente
"Art. 94 - As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de
internação;
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao
adolescente;
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos
familiares;
Vl - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre
inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
Vll - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,
salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
VllI - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos
adolescentes atendidos;
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;(lembra do caso do menino que quebrou a perna e o guarda o deu um paracetamol e somente horas depois que o menino foi levado ao hospital?)
X - propiciar escolarização e profissionalização;
Xl - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
Xll - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas
crenças;
XlIl - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de 6 (seis) meses,
dando ciência dos resultados à autoridade competente;
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;"
E vários outros artigos que não estavam sendo cumpridos. Entre as aplicações para quem não os cumpre estão:
"Art. 97 - São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
I - às entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;"
Vale ressaltar que nos três alojamentos do CAFW, estão internados cerca de 260 estudantes, que de certa forma ficam lá isolados, pois o campus de Frederico Westphalen da UFSM é afastado da cidade, e durante os finais de semana geralmente eles não possuem muito o que fazer, não tendo opções de cultura e lazer. É curioso que, ao terem 5% de faltas no semestre letivo, os internos perdem o direito ao internato, sendo que as aulas acontecem de forma integral.
Durante a explanação dos diversos problemas que o CAFW passa, os representantes do DCE distribuíram aos presentes no Conselho, fotos que relatam o estado insalubre dos alojamentos, além de uma montagem com o senhor Reitor. Nas fotos, podemos ver que nos quartos estão alojados cerca de 20 pessoas, com precário estado de infraestrutura e condições nada higiênicas dos banheiros.
O Reitor garantiu que vai cobrar explicações da administração do CAFW, e afirmou que já existe um projeto encaminhado para melhorar as condições, construindo uma nova moradia. Mas enquanto o projeto não sai do papel (já que esse projeto é histórico), o DCE não vai se calar, e vai exigir imediatamente que seja feito algo para dar plenas condições de estudo e vida a esses estudantes. DCE UFSM, a luta não para jamais!Seguimos EM FRENTE, como um DCE AUTÔNOMO e de LUTA!
Confira as fotos das condições dos alojamentos do CAFW apresentadas durante o CEPE:
O governo federal deve confirmar no próximo dia 16 a expansão da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para o município de Cachoeira do Sul, na região central do Rio Grande do Sul. Autoridades locais foram convidadas para uma cerimônia com a presidenta Dilma Rousseff na próxima terça-feira, às 11h, em Brasíila. Em Cachoeira, o clima é de festa pela conquista que vem sendo perseguida há cerca de dois anos.
A informação chegou a Cachoeira do Sul depois que o prefeito Sergio Ghignatti (PMDB) e a vereadora Mariana Carlos (PT) receberam convites para a solenidade, na próxima semana, na qual o governo federal vai anunciar a expansão de institutos e universidades federais. Segundo a Rádio Fandango, a cidade festejou o anúncio até mesmo com um foguetório na praça central.
A assessoria de imprensa do Ministério da Educação não deu detalhes do anúncio, que apresentará uma segunda fase do processo de expansão da rede de universidades e institutos federais tecnológicos, além da criação de novas unidades em todo o Brasil. A UFSM já conta com dois campi avançados em Frederico Westphalen e Palmeira das Missões, na região norte do Rio Grande do Sul.
“Depois da autorização da expansão pelo governo, há um segundo passo que é garantir a aprovação pelo Conselho Universitário da UFSM”, afirma a vereadora petista. Caberá à universidade decidir se cria, em Cachoeira, os cursos de licenciatura em Matemática e Física e de bacharelado em Ciência e Tecnologia.
Inicialmente, a UFSM funcionaria em uma escola que seria alugada em Cachoeira, até a construção de um prédio próprio em um terreno cedido pela prefeitura. A confirmação da expansão coroa um movimento que começou com lideranças políticas e empresariais do município, há cerca de dois anos, e se intensificou nos últimos meses com manifestações de estudantes.
“A proposta da UFSM é um dos projetos educacionais mais importantes do Sul do Brasil. Só em Cachoeira do Sul terá um curso de Ciência e Tecnologia, o que vai impulsionar o desenvolvimento da região”, comemora Mariana.