Os
professores da UFSM decidiram em assembléia realizada hoje (23) pela adesão à
greve que vem sendo construída pelo ANDES (Associação Nacional dos Docentes do
Ensino Superior – Sindicato Nacional). Em todo o país, o movimento grevista já
tem adesão de 47 instituições de ensino superior. As principais reivindicações dizem
respeito a questões salariais, a condições de trabalho e à reestruturação do plano de carreira.
Na pauta
salarial, os docentes exigem a implementação do reajuste acordado em agosto do
ano passado que estabelece um aumento de 4% na folha de pagamento. No dia 10 de
maio foi assinada uma Medida Provisória (MP 568) em substituição ao PL 2203/11 (o que faria com que o reajuste salarial fosse
imediato) que garante o acréscimo de 4%. Há,
entretanto um descontentamento no que se refere aos adicionais por
insalubridade e periculosidade. O fato de hoje esses adicionais serem pagos em
percentuais e o governo prever de que passarão a ser pagos em valores fixos
levará, com o passar dos anos, a uma perda de valor aquisitivo.
Em relação às condições de trabalho, muitos dos novos cursos do REUNI e/ou das extensões e de novas universidades federais não tem ainda a devida qualificação física e pessoal. Faltam professores, estrutura física e, em relação aos estudantes, RUs e Casas do Estudante. Foram graças às pressões de gestões passadas do DCE que garantimos a construção do novo RU em Santa Maria, do RU em Palmeira das Missões e das CEUs no CESNORS. Será com pressões e mobilizações que o movimento docente conseguirá igualmente garantir melhores condições de trabalho, beneficiando não apenas os professores, mas também os estudantes e toda a sociedade.
Em relação às condições de trabalho, muitos dos novos cursos do REUNI e/ou das extensões e de novas universidades federais não tem ainda a devida qualificação física e pessoal. Faltam professores, estrutura física e, em relação aos estudantes, RUs e Casas do Estudante. Foram graças às pressões de gestões passadas do DCE que garantimos a construção do novo RU em Santa Maria, do RU em Palmeira das Missões e das CEUs no CESNORS. Será com pressões e mobilizações que o movimento docente conseguirá igualmente garantir melhores condições de trabalho, beneficiando não apenas os professores, mas também os estudantes e toda a sociedade.
A outra
reivindicação vem no sentido de cobrar o cumprimento dos prazos estabelecidos
ano passado para os trabalhos da reestruturação do Plano de Carreira.. A
estratificação cria diferentes classes entre os professores, baseadas em
publicações de artigos em revistas e periódicos. Essa relação com as
publicações estimula a lógica produtivista e de mercado da pesquisa,
desvinculando a pesquisa do ensino. Já as atividades de extensão, que são as
que menos recebem investimento, passam a ocupar um posto ainda mais inferior do
que já vem sendo feito nas universidades. Em suma, a estratificação das
carreiras torna o tripé ensino, pesquisa e extensão ainda mais desequilibrado.
Compreendemos
que o momento é de mobilização e unidade entre as categorias por uma
Universidade Democrática e Popular, para além das pautas corporativistas. A
ampliação das vagas na universidade amplia o acesso, porém, garantir a
permanência dos estudantes é fundamental para uma democratização radical do
Ensino Superior.
Esse modelo de expansão das universidades públicas deve ser
disputado pelos movimentos de educação. No ápice do neoliberalismo durante a
década de 90, os professores das federais lutavam contra os PDVs (Plano de
Demissão Voluntária) e a estagnação do crescimento e do investimento público em
educação, hoje a luta se faz necessária pela qualidade no modelo de expansão e
por condições dignas para os estudantes, professores e técnicos-administrativos.
Apenas garantir o acesso e a
permanência na universidade, entretanto, não garante a profunda transformação necessária. O
ensino, a pesquisa e a extensão também precisam ser repensadas e reconstruídas.
O ensino deve ter um caráter libertador, que saia da lógica de educação
bancária que torna os estudantes meros espectadores, “alunos” que vão às salas
de aula para receber dos professores/as a “luz do conhecimento” formatada de
acordo com os moldes do mercado. A pesquisa deve sair da lógica produtivista e
mercadológica voltando-se às reais demandas da sociedade, servindo como uma
ferramenta de disputa de hegemonia e de transformação. E só é possível conhecer
essas demandas junto às comunidades. Por isso, a extensão deve ser muito mais
valorizada do que o é hoje em dia. Uma universidade pública é um bem de toda a
sociedade e deve servir a ela como um todo. Assim, a extensão deve servir como
uma forma de retorno à sociedade, uma vez que o acesso ao Ensino Superior ainda
é um privilégio.
Nessa
lógica, percebemos que mesmo ao democratizar o acesso a um direito básico que é
a educação, isso não tem colaborado para avançarmos na politização do debate em
relação aos rumos da educação, da consciência política e do empoderamento
popular. Pautar a greve , nesse sentido, é avançar no debate de sociedade e de
educação que queremos.
Por isso, defendemos:
· 10%
do PIB para a educação pública;
· Contratação de mais
professores efetivos, em especial para os cursos do REUNI e do CESNORS
· Realização de concursos públicos para técnicos
administrativos;
· Mais laboratórios e
melhoria dos laboratórios atuais;
· Mais livros para as
bibliotecas, construção de novas bibliotecas;
· Acessibilidade no
campus; contratação de interpretes de libras e compra de livros em braile.
· A
curricularização da extensão, fazendo com que ela faça parte de 25% dos
currículos dos cursos;
· Conversão
das bolsas-trabalho em bolsas de ensino, pesquisa e extensão;
· Paridade
nos Conselhos Superiores, em Conselhos de Centro e Colegiados de Curso;
· Congresso
Estatuinte paritário;
· Reforma
pedagógica;
· Teto
para acesso ao benefício sócio-econômico de um salário mínimo e meio, como
determinação do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAEs);
· Avaliação
dos professores pelos estudantes;
· Gestão
pública, democrática e 100% SUS dos Hospitais Universitários – Fora EBSERH!
· Transporte
Intercampi gratuito;
· Assistência
Estudantil de qualidade em toda a UFSM;
Convidamos todas
e todos os estudantes da UFSM a participar da Assembleia Geral, quarta-feira
(30), às 16h30 no campus da UFSM em Santa Maria.
A greve não é apenas das professoras e professores. A greve deve ser de todas e todos por uma educação transformadora e por uma universidade pública, democrática, de qualidade e socialmente referenciada!
A greve não é apenas das professoras e professores. A greve deve ser de todas e todos por uma educação transformadora e por uma universidade pública, democrática, de qualidade e socialmente referenciada!