Contra os cortes do governo federal, o segundo semestre voltou cheio de luta das e dos estudantes da UFSM e do Brasil
O início do segundo semestre de 2015 foi marcado por
diversas atividades realizadas pelo DCE da UFSM ou às quais nos somamos, fosse
para demonstrar nosso apoio, fosse para ocupar espaços e reivindicar nossos
direitos enquanto estudantes.
Começamos o semestre reunidos no campus de Frederico
Westphalen no Seminário de Planejamento de Gestão do DCE. Nele, estiveram
presentes membros de todas as coordenações da nossa entidade e diretores
estudantes da UFSM que também atuam na União Estadual dos Estudantes Livre
(UEE-Livre) e na União Nacional dos Estudantes (UNE). O objetivo deste encontro
foi formular a política, as estratégias e as ações do DCE durante o período da
gestão Pelas Nossas Mãos, que, desde o seu início, tem exigido de nós muita
luta.
O dia 11 de agosto,
dia do estudante, foi para nós bastante movimentado. Mais do que dia de comemorar
o que quer que seja, esta foi – e é – uma data de luta por melhorias na
educação brasileira, especialmente num momento em que a política de ajuste
fiscal atingiu em cheio a educação pública, provocando cortes orçamentários de R$9,4
bilhões e impedindo diversas melhorias de infraestrutura, além da diminuição de
concursos públicos para os Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) e
Docentes, necessários para a expansão das universidades.
Em vista disso e na defesa de uma universidade pública,
gratuita e de qualidade, o DCE, a Associação dos Servidores da UFSM (ASSUFSM), a
Seção Sindical dos Docentes da UFSM (SEDUFSM) e a Associação de Pós-Graduandos
(APG) realizaram um ato unificado no arco da UFSM. A atividade teve por
objetivo recepcionar os calouros, além de dialogar com as e os estudantes sobre
a situação da educação no país e a gravidade dos cortes de verba que nos
atingem. Nesse dia, também aconteceu uma aula pública da UNE e da Associação
Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) na praça Saldanha Marinho, em Santa Maria. Em
Frederico Westphalen, ocorreu ainda uma roda de conversa sobre os cortes na
educação, durante a recepção dos calouros, na qual esteve presente o estudante
de Engenharia Florestal do CESNORS e membro da diretoria da UNE, Regis
Piovesan.
No dia 12 de agosto, na cidade de Santa Maria, deu-se a
Conferência Municipal de Juventude, preparatória para a 3ª Conferência Nacional
de Juventude que acontece em Brasília (DF), de 18 a 20 de dezembro deste ano. O
evento municipal teve como tema “As várias formas de mudar o Brasil” e os eixos
temáticos discutiram o direito à diversidade e a igualdade; direito à saúde e
meio ambiente; e o direito à segurança pública e ao acesso à Justiça, cultura,
esporte, território e mobilidade. O DCE da UFSM esteve presente disputando o
espaço, as discussões e deliberações, mesmo reconhecendo que este foi um evento
totalmente aquém daquilo que nós pensamos para o debate e as ações da juventude
da cidade. Com isso, pretendemos inclusive, transformar essa ferramenta,
popularizando-a e democratizando-a para a luta e para a juventude.
Nesse dia, também ocorreu um ato dos petianos e petianas
contra os cortes na educação, pela valorização do Programa de Educação Tutorial
e pela institucionalização do PET junto a universidade para facilitar a
manutenção do programa, no que se refere ao subsídio para viagens e materiais
permanentes a serem utilizados por petianos e tutores. Os grupos estão sem
receber os custeios que financiam suas atividades desde o início do ano e os
bolsistas estão sofrendo um processo acumulativo de atrasos na entrega de suas
bolsas, o que afeta diretamente as atividades de ensino, pesquisa e extensão.
No dia 13 de agosto aconteceu a Marcha em Defesa do Serviço
Público, à qual o DCE se somou. O ato reuniu servidores de diversas categorias
do funcionalismo público e encerrou em atividade conjunta entre trabalhadores
federalizados e estaduais, na praça Saldanha Marinho. A marcha foi realizada
pela valorização do serviço público, contra o ajuste fiscal e a privatização,
tendo participação de diversas entidades representantes da classe trabalhadora
e estudantil.
No sábado, 15 de agosto, as mulheres do DCE participaram da
IV Conferência Municipal de Políticas para Mulheres de Santa Maria. Na
conferência, reivindicamos, juntamente com outras mulheres, a criação de um
Conselho Municipal dos Direitos da Mulher democrático, autônomo, representativo
e operativo, além do estímulo à atuação em torno de planos e metas comuns para
as políticas para as mulheres, observando a transversalidade de dimensões de
classe, gênero, etnia, raça, geração, orientação sexual e identidade de gênero,
de pessoas com deficiência, rurais e urbanas, entre outras.
Em defesa de uma Estatuinte paritária, em que técnicos
administrativos, professores e estudantes tenham o mesmo poder de voto, nós,
estudantes que integramos o DCE e outros setores do Movimento Estudantil ocupamos
o Conselho Universitário (CONSU) no dia 28 de agosto. A Estatuinte na UFSM será
um processo para discutir todas as políticas da universidade, incluindo Assistência
Estudantil, modelo de ensino e avaliação, execução de projetos de pesquisa e
extensão, uso de laboratórios, estrutura e metodologia pedagógica. Nossa
reivindicação deste dia também foi por respostas do reitor sobre as finanças da
universidade e pela assinatura dele à carta de reitores e movimentos sociais
contra os cortes na educação.
Já em setembro, no dia 2, nós estudantes participamos da
ocupação e trancamento da reitoria junto dos TAEs. Segundo a carta de ocupação,
publicada logo após o início do ato, a ocupação das reitorias faz parte de um
calendário unificado proposto pelo Comando Nacional de Greve e pela Federação
de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de
Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA) para pressionar o governo federal
e cobrar resolutividade nas negociações. À nível local, havia ainda a
reivindicação de que a Reitoria da UFSM se posicionasse de forma mais firme na
defesa da universidade pública, “se colocando ao lado dos trabalhadores e estudantes
contra os cortes na educação e pelo atendimento das pautas das categorias”.
Com
a ocupação, foi protocolado um pedido de reintegração de posse, que na sua origem
pedia 50 mil reais em multa diária para a categoria dos
técnicos-administrativos em educação, além do uso de força policial caso necessário fosse.
Além disso, o Reitor Burmann tencionou os estudantes que apoiavam o ato dizendo
que o processo para editais de ampliação da Casa do Estudante Universitário (CEU) poderiam atrasar ainda
mais caso a Reitoria não fosse desobstruída. Mesmo com chantagem, permanecemos
na luta e dela não saímos!
E é por isso que a luta continua, construída sempre por
todas as nossas mãos! Acompanhe, construa e participe conosco da busca por uma
universidade pública, gratuita e de qualidade. Seguimos!
Pelas Mãos de
Kauane Müller
Coordenadora de Comunicação do DCE
Coordenadora de Comunicação do DCE