Na tarde desta quarta-feira
estiveram reunidos no Auditório C da Química os docentes da Universidade
Federal de Santa Maria para a Assembleia Geral, onde se discutiu acerca do
cenário da educação, bem como a posição de adesão ou não à greve a ser tomada
pela categoria.
Após aproximadamente duas horas
de colocações que abordaram as possíveis conquistas e consequências acarretadas
por uma greve, definiu-se pela votação entre duas propostas de encaminhamento: I)
adesão a greve a partir do dia 2 de junho; ou II) a não adesão a greve neste
primeiro momento, seguindo mobilizações e propostas de negociação direta com o
MEC. Foi proposto também, nessa segunda alternativa, que a estagnação dos avanços
nessas questões retomaria o debate sobre a greve.
Ao final, obteve-se o número de 34 votos
favoráveis à adesão, enquanto 170 votantes se posicionaram pela segunda proposta.
Dessa maneira, não foi deflagrada a greve dos docentes., Formou-se então uma
comissão encarregada de coordenar a mobilização da categoria e o processo de
negociação com o MEC.
Já os servidores
técnicos-administrativos em educação, em seu espaço deliberativo máximo que aconteceu
na semana passada, deflagraram indicativo de greve aprovado em Assembleia
Nacional da categoria. Existem vinte pontos centrais pautados, dentre eles o
posicionamento contrário à terceirização e contratação por Organizações
Sociais; o fim do fator previdenciário; e a reestruturação salarial de ativos e
aposentados. Ademais, os técnicos começaram hoje (28) a aderir à greve na UFSM,
sem data prevista para a volta das atividades.
E o Movimento Estudantil?
Neste momento, acreditamos ser
importante para o conjunto dos e das estudantes, terem um posicionamento sobre
a situação de seus cursos e centros de ensino, mas também da universidade e de
tudo o que vem ocorrendo a nível nacional falando-se em educação pública.
Somente assim, será possível construirmos uma frente de mobilização única, que
consiga convergir nossas pautas em comum, aproveitando o momento de
reivindicação para termos nossas demandas também atendidas.
Para além disso, é importante,
sobretudo, que façamos deste momento mais que uma mobilização corporativista em
detrimento apenas das nossas pautas; É necessário que as três categorias estejam
atuando em conjunto para a transformação da universidade como um todo. Com esse
pensamento, portanto, nos colocamos ao lado dos trabalhadores TAEs nesse
momento de greve, por acreditarmos nessa ferramenta como uma forma de
conquistar as pautas da categoria.
Democratizar o acesso e permitir que
cada vez mais jovens trabalhadores entrem na universidade é importante, todavia,
para que essas pessoas permaneçam e transformem essa instituição, é necessário
que haja investimentos proporcionais a essa expansão. Nisso, falamos de setores
como o de Assistência Estudantil, não esquecendo sobremaneira dos recursos que
devem ser destinados para a estruturação da universidade: seja na conclusão de
obras ainda inacabadas e na iniciação de novas construções; ou na ampliação da admissão,
qualificação e avaliação da equipe de servidores técnico-administrativos e de docentes,
por exemplo.
Precisamos pautar um modelo de
universidade que realmente atenda às necessidades da sociedade. É por isso que
pautamos os 10% do PIB para a educação; a transformação das bolsas trabalho em
bolsas de pesquisa e extensão; mais recursos para assistência estudantil na
construção de RUs e CEUs; além de processos de reforma estatutária nas
universidades com protagonismo estudantil; e da reserva de 10% dos nossos
currículos para a extensão universitária. É por isso, que sobretudo, nos posicionamos
veementemente contra os cortes na educação e a qualquer outro retrocesso.
Sabemos que o resultado dessa contenção
de verbas, em diversas universidades, tem sido a demissão de trabalhadores
terceirizados que atuam em áreas como a da limpeza, segurança e portaria; que
tem sido reduzido também o número de bolsas de assistência estudantil e
pesquisa; que há paralização nas obras de moradia estudantil e restaurantes
universitários, bem como de laboratórios de pesquisas, bibliotecas e salas de aulas;
além da abertura a setores privados dentro das instituições federais públicas.
É hora de mobilização unificada
para articulação de uma plataforma nacional de reivindicações para a educação.
E essa plataforma deve apontar para o inverso do que vem acontecendo – ou seja,
para a ampliação do orçamento ao ensino público e gratuito, a fim de consolidar
e possibilitar a continuidade do processo de expansão que a educação vem tendo
no país. Ainda mais, essas reivindicações devem estar articuladas com a luta
por uma profunda democratização e transformação das universidades, junto das
demais categorias que compõem a nossa comunidade. Essa plataforma, por fim,
deve ser construída pelas tuas, pelas minhas, por todas as nossas mãos!
Por uma universidade democrática
e popular Pelas Nossas Mãos!
DCE – Gestão 2015-2016