Entrega do pedido de revogação do preço da passagem em Santa Maria pela Defensoria Pública, um avanço na luta pelo transporte verdadeiramente público!

Após a protocolação, o defensor público da 9ª Defensoria
Pública, Juliano Rushel e o Dirigente do Núcleo de Defesa do Consumidor e de
Tutelas Coletivas, Juliano Viali do Santos prestaram
uma coletiva de imprensa onde realçaram pontos importantes desta ação pública.
Realçando, em suas falas, a importância da comunidade através dos movimentos
sociais na denúncia da situação como primeiro caso referente ao transporte que
chega a Defensoria Pública, servindo de incentivo para investigações em outras
cidades, no modo de verificação da qualidade do serviço.
Ruschel ainda frisou que a investigação foi calcada
exclusivamente nas planilhas de custo de Santa Maria e a legislação vigente no
município. Colocando como principal irregularidade a não renovação dos coeficientes
de gastos que, em decreto, deveriam ser reavaliados em cinco anos, prazo este
superado ha três anos. A reavaliação é vista como necessária, visto que,
pegando o exemplo utilizado por Ruschel, o consumo de combustível cai ao passo
que as ruas por onde os veículos transitam são asfaltadas (hoje grande maioria
das ruas são afastadas, realidade muito diferente de 2006, quando o calculo foi
realizado) e que a frota é renovada, com veículos modernos, com menos consumo.

Outro fato ressaltado foi que renda média da população não é
levada em conta no calculo da tarifa, de 1995 a 2012 o preço da passagem subiu
600% enquanto a média do poder aquisitivo da população cresceu 367%.
O pedido da Defensoria Pública, portanto, foi a suspensão do
aumento até que o cálculo seja revisto, voltando assim ao preço antigo da
passagem, considerando abusivo o período do aumento, com a condenação por danos
morais coletivos contra a Prefeitura de Santa Maria.
Vale ressaltar também que, segundo Viali e Ruschel, não
haverá possibilidade dos empresários não pagarem o aumento salarial dado aos
funcionários recentemente pois o aumento não foi realizado pela vontade dos
empresários, mas sim por um dissídio aprovado no Tribunal Regional do Trabalho,
devendo assim cumprir a determinação judicial.
Vemos esta situação como um avanço, visto que há muito tempo
o Movimento Estudantil trás esta pauta, sofrendo fortes repressões ao se
manifestar. Vamos a luta mostrar que o povo tem voz e que sua voz tem que ser
ouvida.